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O que o fenômeno dos atacarejos pode transformar o setor supermercadista do Vale do Aço.

Na terça-feira (29), após adiamentos provocados por uma questão relacionada às características do solo, identificadas durante a obra (e, segundo proprietários, não poderiam ser previstas antecipadamente) foi inaugurado, em Ipatinga, o Assai Atacadista que, apesar do nome, opera como um atacarejo.

Murilo coelho, Diretor regional da rede, esteve presente para receber autoridades em solenidade fechada, sem a participação da imprensa que, por sua vez, foi recebida logo após por ele que, atestou números, serviços e inovações. “ Estamos chegando a Ipatinga, na região do Vale do Aço , com uma loja extremamente moderna, com tudo que há de mais avançado em atacarejo, com climatização adequada, com mais de 5.600 m² de área de venda, mais de 490 vagas de estacionamento e com serviços diferenciados como nossa  cafeteria e o nosso açougue com mais de 100 tipos de cortes de carne”, comemora o executivo.

O fenômeno dos atacarejos 

O atacarejo é uma modalidade de comércio criada a partir da junção do atacado com o varejo. Tal estilo de venda deu origem ao conceito “cash and carry” – termo em inglês que significa “pagar e levar” e resume muito bem a essência deste híbrido. Isso porque, num atacarejo, basta o cliente encontrar o que procura para levar imediatamente para casa. E essa estrutura simples acaba por eliminar a intermediação de vendedores e, consequentemente, reduz o preço. Credita-se, conforme a revista sênior, a criação do primeiro atacarejo a Otto Beishem, um alemão que abriu seu estabelecimento na cidade de Mulheim em 1964 iniciando ali uma revolução no setor supermercadista – ainda que na época ele não tivesse a menor noção disso.

O boom deste tipo de comércio aconteceu nos anos 70, nos Estados Unidos, quando a novidade chegou até os membros da família Walton – o “Wal” do Walmart. E a partir daí não é preciso falar muito, porque hoje a rede tornou-se mundial e a família figura entre o top 10 de americanos mais ricos do mundo.

Em 1972, a novidade chegou no Brasil pelas mãos da rede Makro, que com seu crescimento exponencial, chamou a atenção dos grandes players do setor supermercadista. E não demorou até que a maioria das grandes redes tivesse em seu portfólio um atacarejo para chamar de seu.

Atacarejo no Vale do Aço 

Existe, na visão dos gestores de grandes redes de supermercados, uma concorrência desigual dos grandes varejistas com o modelo “atacarejista”. Isso é apontado, principalmente, pela redução de custos que o segundo em relação ao primeiro que, pelo modelo operacional, não permite maior competitividade com os preços ofertados pelo atacarejo. Isso já é sentido no meio.

Mas, se olharmos para trás, as mercearias de bairro viam, nos supermercados, concorrência que não poderiam fazer frente. O atendimento personalizado (em balcão era caro, se comparado ao self-service que os supermercados passavam oferecer). Esse autoatendimento dava maior liberdade de escolha ao cliente que, por sua vez, executava algumas atividades que ficavam na mão de empregados.

Economia em mão de obra era o maior diferencial desse “novo modelo” que ganhou o país no fim dos anos 70 e início dos anos 80. Passou antes pelas grandes redes supermercadistas eliminando a concorrência com os pequenos supermercados de bairro, estes por sua vez, substitutos dos merceeiros até se verem engolidos pelos megasupermercados localizados em grandes centros com fluxos intensos como shoppings centeres e centros logísiticos. 

Mudanças regionais 

O Vale do Aço, teve mudanças significativas no “marketshare” por causa destas transformações do Varejo. Uma fonte ligada a Consul, em sigilo, comentou que a cooperativa de consumo dos empregados da Usiminas que, nos primórdios de Ipatinga, liderava o mercado, já não lidera o share. Essa realidade foi imposta pela chegada de gigantes varejistas como Coelho Diniz cuja rede tem origem em Governador Valadares, os atacarejos Villefort, MartMinas e Mineirão da rede DMA.

A chegada do Assaí Atacadista inicia uma nova fase: A entrada de “players” nacionais com grupo controlador multinacional, o grupo francês Casino. Isso poderá reconfigurar o protagonismo dos atuais atores. A operação ipatinguense da rede francesa poderá atrair outros gigantes. Isso poderá fazer com que, em poucos anos, estaremos conjugando o verbo “liderar” no passado.

 

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