O número de jovens entre 14 e 24 anos que não estudam, não trabalham e não procuram emprego aumentou para 5,4 milhões no primeiro trimestre deste ano, comparado aos 4 milhões no mesmo período do ano passado. Esse crescimento, segundo o Ministério do Trabalho (MTB), deve-se a diversos fatores, afetando principalmente as mulheres, que representam 60% desse grupo. O relatório cita questões como dificuldades de inserção no mercado de trabalho, expectativas sociais para que as jovens tenham filhos cedo e um certo conservadorismo como causas desse aumento.
Para tentar reduzir a evasão escolar, o governo lançou o programa Pé-de-Meia, que oferece incentivos financeiros para jovens de baixa renda permanecerem no ensino médio. O levantamento revelou ainda que 45% dos jovens ocupados estão na informalidade, trabalhando principalmente em micro e pequenas empresas sem carteira assinada. A informalidade entre os jovens é maior que a média nacional, refletindo a precariedade das condições de trabalho dessa faixa etária.
Em contrapartida, houve um crescimento significativo de aprendizes e estagiários entre 2022 e 2024. O número de aprendizes dobrou desde 2011, enquanto o de estagiários aumentou 37% entre 2023 e 2024. Rodrigo Dib, do CIEE, destacou que a empregabilidade jovem é um desafio urgente para o Brasil e que é necessário incluir essa faixa etária no mercado de forma segura e sustentável. O MTB reforçou a importância de elevar a escolaridade e a formação técnica dos jovens para garantir uma inserção produtiva e o desenvolvimento de carreiras.