Se de um lado as condições meteorológicas na estação chuvosa favoreceram a recuperação de cursos d’água em Minas, os 36 comitês de bacia mineiros, responsáveis entre outras coisas por desenvolver projetos de revitalização, continuam enfrentando uma seca severa no que diz respeito a recursos públicos. Anos de trabalhos em projetos para recuperação ambiental, de elaboração de plano de saneamento e de revitalização de nascentes estão em xeque.
Esse é o quadro exposto pela Agência Peixe Vivo, que presta apoio operacional ao Comitê do Rio das Velhas. Dados da entidade apontam que os valores arrecadados e não repassados entre 2016 e 2017 já totalizam quase R$ 16 milhões, apenas no caso do comitê do Rio das Velhas, que recebe por três tipos de uso da água: captação, consumo e lançamento de efluentes.
No caso dos repasses do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro), que sustenta outras 24 entidades, o atraso chegaria a sete anos e somaria R$ 250 milhões. O presidente do CBH Rio das Velhas e do Fórum Mineiro de Comitês de Bacia Hidrográfica (FMCBH), Marcus Vinícius Polignano, classifica o cenário como preocupante.