Depois de se tornar maior acionista, Coelho Diniz pode ampliar participação no Grupo Pão de Açúcar

Legenda: Ampliação de participação acionária dos “Coelho Diniz” esbarra na “pílula do veneno”.

Grupo francês, Casino, que é o segundo maior acionista, tem pressa de vender suas ações e sair do Brasil.  Precisa reduzir seu índice de alavancagem até o fim do ano, sob risco de voltar a quebrar “convenants” junto a credores. Venda deve acontecer nas próximas semanas

Segundo o portal Valor Econômico, o grupo francês Casino precisa reduzir seu índice de alavancagem até o fim do ano, sob risco de voltar a quebrar “convenants” junto a credores, e por isso, a venda de 110,5 milhões de ações ON da companhia no GPA deve acontecer nas próximas semanas. Inicialmente, o plano é que isso ocorra até o fim de setembro ou, no máximo, após a assembleia geral extraordinária (AGE) do GPA de 6 de outubro, apurou o Valor.

O CEO do Casino, Philippe Palazzi, esteve no Brasil na semana passada, na tentativa de avançar com as negociações de venda dos papéis, que equivalem a 22,5% do GPA. Segundo uma fonte a par das tratativas, o BH Supermercados teria desistido de avançar nas análises, com base em decisão tomada semanas antes da chegada de Palazzi em São Paulo. Executivos da Cencosud visitaram lojas do GPA. Segundo uma fonte, o Spani Atacadista e os acionistas do Roldão teriam sido sondados para analisar os números e visitar as lojas. O Roldão não tem interesse na empresa.

O plano em andamento envolve a venda das ONs pelo Casino para sair do Brasil, de forma definitiva, por 70 milhões de euros a 80 milhões de forma definitiva, por 70 milhões de euros a 80 milhões de euros, algo que giraria em torno de R$ 450 milhões a R$ 500 milhões, apurou o Valor. A ideia inicial de 100 milhões de euros pelos 22,5% já foi descartada — a empresa vale hoje na bolsa R$ 2,015 bilhões (cerca de 322,5 milhões de euros).

Não é de hoje que o sobe e desce das ações da varejista brasileira seguem rumores favoráveis ou contrários à saída do Casino do país e sobre a movimentação dos Coelho Diniz, só que dessa vez, diferente do que se viu na gestão de Jean-Charles Naouri, não há carta na manga do Casino, especificamente para dinheiro de curto prazo, além da venda das ONs. Por isso, há mais expectativa de que os franceses deixem a rede de forma definitiva, após mais de duas décadas e meia na sociedade.

“Pílula de Veneno”

Essa saída abre portas para que a família Coelho Diniz ampliar a sua participação acionária no grupo. Contudo, pelo estatuto social do GPA, qualquer acionista que atinja participação acima de 25% é obrigado a fazer uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) para todos os demais. Essa cláusula impede que acionistas ampliem posição em empresas de capital aberto sem considerar a posição dos minoritários, e barra ofertas hostis. Ela obriga que o interessado faça oferta aos demais sócios e pagando prêmio. A entrada do tema na pauta foi solicitada por um acionista, dizem fontes.

No último 29 de julho, na Assembleia Geral Extraordinária o tema foi debatido. Contudo, informações a respeito da efetiva retira da cláusula não foram divulgadas.

 

 

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