As empresas de saneamento Aegea e Iguá estão em negociações para uma possível fusão, segundo divulgado nos principais órgãos de imprensa como o portal da Revista Veja. A movimentação ocorre em meio à pressão sobre a Iguá, concessionária de serviços de saneamento básico com dez operações em seis estados brasileiros – Alagoas, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe (dessas, sete são concessões e três são parcerias público-privadas), que precisa cumprir investimentos bilionários obrigatórios em suas concessões. A gestora canadense AIMCo e o braço de participações do BNDES, BNDESPar, que detêm respectivamente 24% e 9,5% da Iguá, avaliam reduzir ou até mesmo vender integralmente suas posições na companhia.
Investimentos bilionários
A Iguá terá de desembolsar mais de R$ 50 bilhões em suas concessões nos próximos 35 anos – a maior parte no Rio de Janeiro, algo em torno de R$ 32 bilhões. No caso da Aegea, os aportes exigidos giram em torno de R$ 30 bilhões.
A situação da Iguá é ainda mais preocupante por conta da sua alavancagem. No balanço de junho, a relação dívida líquida/Ebitda chegou a 12 vezes, contra um múltiplo de 7,3 em junho do ano passado. Trata-se de um dos maiores índices entre as companhias abertas brasileiras, bem superior até mesmo ao de empresas em recuperação judicial, como Azul e Coteminas.
Águas de Valadares
A Aegea é a holding que abriga a Águas de Valadares, concessionária dos serviços de água e esgoto que entrou em substituição ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto, SAAE, administrado pelo município do Vale do Rio Doce. A companhia é responsável pela gestão dos serviços de captação, adução, produção, tratamento e distribuição de água potável, bem como a coleta, afastamento, tratamento e disposição final dos esgotos.
Atualmente, o abastecimento de água na cidade chegou aos 99% de cobertura e a coleta de esgoto está em 93%.



