Legenda: Alex Sandro Diniz, um dos sócios da rede Coelho Diniz e agora membro do bloco de acionistas de referência do Pão de Açúcar. É,também, suplente do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e atuante na política
No domingo à noite (24), um “Fato Relevante” pegou de surpresa o mercado acionário com o anúncio do aumento de participação de empresários valadarenses na gigante do varejo, Grupo Pão de Açúcar.
Com uma participação societária que começou no ano de 2024, agora uma família passou a ser a nova acionista de referência do Pão de Açúcar. Os Coelho Diniz se tornaram donos de 24,6% das ações da companhia, então ultrapassando os franceses do Casino, que detém 22,5%.
O movimento de avanço na participação societária teve início ainda neste ano, em fevereiro, quando a família Coelho Diniz passou a ter uma participação relevante no capital do GPA – então gerando comunicados formais e chamando atenção do mercado, o que não ocorria antes.
Isso porque os membros da família mantêm uma postura considerada low profile – apesar de alguns terem redes sociais, as aparições públicas são poucas, tal como as entrevistas à imprensa e as conexões com bancos e instituições financeiras atuantes no mercado de capitais, que agora voltam os olhos para os empresários em um momento de influência em um dos principais players do varejo brasileiro.
Os negócios da família não têm números abertos, dado que se trata de uma companhia de capital fechado, todavia o faturamento da rede é estimado em até R$ 3 bilhões anuais – ao passo que o GPA faturou mais de R$ 18 bilhões no acumulado de 2024.Os acionistas principais são os irmãos André Luiz, Alex Sandro, Fábio, Henrique Mulford e Helton Coelho Diniz.
A entrada dos Coelho Diniz no controle do GPA pode sinalizar mudanças significativas na estratégia da empresa, especialmente em relação à gestão e ao foco no mercado brasileiro.
Mudanças no conselho
O grupo valadarense solicitou a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) para discutir a destituição do atual conselho de administração e a eleição de novos membros. Segundo o GPA, a intenção do pedido é garantir uma representatividade proporcional à participação acionária da família no conselho.
Donos, até então, da segunda maior fatia da empresa – os mineiros Coelho Diniz – assistiam passivos a esse cabo de guerra, segundo conselheiros ouvidos pelo InvestNews. Imparcialidade que vinha gerando bastante ansiedade entre os envolvidos.
Agora, pessoas próximas à gestão e ao conselho classificaram como positivo o avanço da família no capital social do GPA e o pedido para reformulação do conselho, em que devem ampliar sua representação. Atualmente, os Coelho Diniz mantêm apenas André Luiz Coelho Diniz como conselheiro.
Desafios
No segundo trimestre, o Grupo Pão de Açúcar registrou prejuízo líquido de R$ 93 milhões no trimestre, mas apresentou melhoria na margem Ebitda e aumento de receita.



