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O que Esperar da Usiminas 3.0?

Após aprovação do Cade do acordo da compra participação da Nippon Steel pela Ternium na Usiminas, o que esperar da nova gestão da siderúrgica.

Em Fato Relevante divulgado na segunda-feira (19), o acordo para compra pela Ternium de participação detida pela Nippon Steel na Usiminas foi aprovado pelo Conselho de autodefesa administrativa, o Cade. Com essa operação, a Ternium passa a deter 49,5% das ações ordinárias da siderúrgica e poderá indicar a maioria dos membros do conselho de administração, o presidente e outros quatro diretores estatutários. A Nippon ainda fica com 22,8% da companhia.

Se voltarmos 8 anos atrás ninguém, naquela oportunidade, poderia prever que depois de uma briga gigante entre os japoneses da Nippon Steel e os ítalo argentinos da ternium Techint chegaríamos a um desfecho que um lado, no caso, a Nippon Steel prefere sair do negócio , dando o primeiro passo nesse sentido, ao abrir espaço no bloco de controle para que a Ternium assuma as operações e as decisões estratégicas por meio de maior número de membros do conselho de administração da companhia.

A indicação de saída do grupo japonês se justifica pela inclusão, neste acordo, da liberalidade de que, a partir da data de venda desta participação até 02 anos, a Nippon Steel poderá se desfazer, a qualquer tempo, de suas ações remanescentes no grupo de controle da Usiminas no mercado e, a Ternium, terá a opção de comprá-las ao preço por ação dos 40 dias úteis imediatamente anteriores à data do aviso de saída do grupo japonês.

Descarbonização

Em entrevista recente à Bloomberg, o executivo da Nippon Steel, Yuichi Akiyama, afirmou que a mudança no controle da Usiminas é positiva e contribuirá para a siderúrgica brasileira tomar decisões acertadas e céleres rumo à descarbonização. A Ternium possui, segundo ele, ampla rede de negócios na América Latina que beneficiará a Usiminas.

Em sua visão, não há uma definição sobre a possibilidade de o grupo vender a fatia restante de 22,8% do capital da siderúrgica mineira apesar de obter total liberdade para isso. Afirma que continuará provendo apoio técnico a empresa e estuda novas frentes de atuação no país, como a utilização de gás natural e hidrogênio no processo produtivo de aço.

Fim de uma era?

Fachada do alto forno 01

A Usiminas foi criada em abril de 1956, iniciando as operações em 1962, como um projeto do então presidente Juscelino Kubitschek para reduzir a dependência do Brasil de aço importado em um momento de forte expansão da infraestrutura do país. A Nippon Steel participa da Usiminas desde a fundação da empresa.

As influências da colonização japonesa em Ipatinga são percebidas até os dias de hoje. Ainda se observam gerações que sucederam os expatriados nos bairros de Ipatinga, no dia a dia da cidade.

Mesmo com as reconfigurações do bloco de controle ao longo das 6 décadas de vida da siderúrgica, a Nippon Steel  Corporation permaneceu como líder na gestão ou, como nos últimos anos, com divisão do protagonismo com a Ternium Tecchint. O atual presidente, Alberto Ono, é parte do acordo de acionistas assinado em 2018 que previa a indicação do CEO por parte da Nippon Steel, após os 04 anos de Sérgio Leite, indicado pela Ternium Tecchint.

A assistência técnica do grupo foi constante ao longo dos anos para equipamentos adquiridos pela Usiminas junto a japonesa Nippon Steel. Da mesma forma, a relação que se estreitou, ainda mais, por função da joint venture Unigal, deu contornos muito próprios da acionista na siderúrgica tornando-a sócia da própria Usiminas.

O que vem por aí…

Vista superior da planta da siderugica da Ternium no Rio de Janeiro.

A Ternium indicará, brevemente, o novo CEO da empresa e mais quatro diretores estatutários e a Nippon Steel o novo presidente do conselho. Nesse contexto, novos nomes figurarão na composição da nova diretoria e conselho de administração.

Mais que a substituição de executivos, a empresa deverá alterar sua dinâmica, adotando práticas e políticas globais do conglomerado siderúrgico. A Usiminas, ou talvez a “Ternium-Usiminas” poderá vir a ser um elo estratégico de toda a cadeia de valor. Performances operacionais serão ainda mais agutizadas e a geração de resultados será parametrizada por indicadores adotados em seus sites internacionais, é uma aposta.

No campo social, coincidências no binômio saúde-educação com investimentos priorizados ao longo da trajetória da Usiminas encontra similar na história da Ternium-Techint. A Cultura, essa sim em menor escala.

O investimento percebido em países como o México e a Itália são indicativos que, neste aspecto, a Fundação São Francisco Xavier continuará relevante e estratégica.   Nesse ano, por exemplo, empreendimentos sociais da empresa como a Escola Técnica Roberto Rocca,ETRR de Pesquería, no México e de Campana, na Argentina, TenarisTamsa (México) e a Ternium Brasil comemoraram o legado de Roberto Rocca com diversos eventos que fortaleceram a importância da educação para o desenvolvimento das comunidades em um evento chamado “Dia da Educação Roberto Rocca”.

Ainda há mais por vir no que poderá ser a versão 3.0 da Usiminas. Se perguntarem o que teria sido a 2,0 eu indicaria a partir de 1991, quando foi privatizada.

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