Encerrou-se, na última quarta feira (28), a 2ª Missão da indústria brasileira do aço a Washington, para continuar as negociações com as autoridades americanas para a exclusão do Brasil na Seção 232 – medida de segurança nacional que impõe limitações à exportação de aço para os EUA. Houve uma série de reuniões com o Congresso americano e entidades de classe de produtores e consumidores de aço. Participaram da missão representantes do Governo brasileiro, da embaixada brasileira em Washington, e do board do Instituto Aço Brasil. Na terça-feira (27), o Ministro do MDIC, Marcos Jorge de Lima, se encontrou, em Washington, com Wilbur Ross, secretário de Comércio americano para tratar do assunto. O posicionamento oficial brasileiro se baseia no fato da nossa exportação para aquele país ser de semiacabados (80% do total), atendendo a necessidade americana de complementariedade numa longa e sólida relação comercial. Nessa 2ª missão, o Brasil foi surpreendido pela possibilidade de ser enquadrado no grupo de 12 países que teriam as maiores restrições a serem impostas pelos EUA, com tarifas de importação de 53%. O anúncio de ontem (01/03) de que o Brasil será enquadrado na tarifa de importação de aço de 25% corrige essa distorção, mas não ainda não atende o que o que consideramos ser uma relação comercial justa. Portanto, o Brasil vai recorrer.
Na folha de São Paulo
Segundo texto do jornal “Folha de São Paulo”, da última sexta-feira (03), das jornalistas Anaïs Fernandes e Danielle Brant, a segunda maior perda de valor de mercado foi da Usiminas (R$ 946 milhões), que viu as ações caírem 3,9% no último pregão da semana. A primeira foi a CSN que perdeu 1,3 bilhão (5%). Já a Gerdau foi menos impactada, pois possui operações nos EUA (1,46% na sexta), a empresa teve, na verdade, ganho de valor de mercado de R$ 406 milhões desde quinta-feira. A Metalúrgica Gerdau, holding controladora da Gerdau, perdeu R$ 132 milhões desde o anúncio, e as ações recuaram 2,38% na sexta.
Barbara Mattos, vice-presidente sênior da agência de classificação de risco Moody’s, disse em comentário que o impacto da tarifa é administrável, mas deve variar entre os produtores brasileiros “Cerca de 30% das exportações de aço do Brasil têm como destino os EUA, mas a maior parte deste total é composta por produtos semiacabados. As exportações de aço plano e de aço longo não representam mais do que 22% dos volumes totais”, afirmou.
