Nessa sexta-feira, 19 de abril, feriado da Paixão de Cristo aconteceu em Ipatinga a 14ª edição do Teatro da Paixão de Cristo. A encenação aconteceu no Parque Ipanema, depois da tradicional Caminhada da Misericórdia, que saiu do trevo do bairro Panorama. Milhares de pessoas se reuniram para reviver os momentos da vida, morte e ressurreição de Jesus, contados em um espetáculo de aproximadamente duas horas.
Realizado pela Pastoral da Juventude (PJ) da Igreja Católica de Ipatinga, o Teatro da Paixão de Cristo foi realizado graças ao voluntariado de mais de 180 pessoas, sendo a grande maioria jovens, que se preparam há quase quatro meses, entre a concepção da peça e os ensaios.
E se engana quem pensa que esses jovens são todos atores ou têm profissões relacionadas ao meio artístico. A maioria, na verdade, trabalham em funções que nada têm a ver com isso. Como Rodrigo Elizeu, que trabalha como vendedor e viveu o personagem principal da peça: Jesus Cristo.
Rodrigo já havia participado de outras edições da apresentação, sempre em papeis de coadjuvante e esse ano, incentivado por amigos, decidiu que tentaria fazer Jesus. Toda a sua dedicação e esforço deram certo e ele pode carregar a emoção de viver um papel tão importante. Apesar das dificuldades de conciliar a vida profissional e os ensaios exaustivos, Rodrigo garante que valeu muito a pena.
Quem também teve de conciliar o trabalho com o voluntariado para que a encenação da Paixão de Cristo dessem certo foi o Auxiliar de Cozinha Álvaro Gutier, que deu vida a Pôncio Pilatos. Depois de anos ajudando na execução da peça, tanto como participações secundárias como nos bastidores, Álvaro sentiu a emoção de viver um dos personagens mais emblemáticos da história da Paixão. E garante que quer participar ainda por muitos anos, seja na montagem dos cenários ou outra função que lhe seja delegada.
Apesar da grande maioria do elenco e da equipe de produção do Teatro da Paixão de Cristo ser formada por atores amadores, há espaço também para os profissionais das artes. Khristyan Gomes, que viveu o Diabo que tenta Jesus no deserto, além de ator é bailarino, e usou suas técnicas para fazer um personagem que passasse uma mensagem para além do que a história conta. “Esse personagem é o retrato da sociedade hipócrita, machista e preconceituosa. É uma oportunidade de mostrar uma outra visão para as pessoas que estão assistindo à peça, de que o diabo é vestido desse preconceito.”
