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Minas pede apoio federal contra crise da cafeicultura

As super safras, com mais de 52 milhões de saca e a queda vertiginosa os preços do café, levou a secretária de Agricultura, Ana Maria Valentini, a pedir ao à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, apoio político a algumas providências mais imediatas para evitar um colapso no setor de produção. “Como medidas emergenciais, solicitamos à ministra que promova a intermediação junto aos agentes financeiros para a negociação de prazos para o pagamento de financiamentos e o lançamento de um contrato de opção de venda para o café”, disse.

Com pouco mais da metade da produção nacional, Minas Gerais tem cerca de 150 mil cafeicultores, a maioria deles agricultores familiares que utilizam o sistema de produção manual, de maior custo em razão da necessidade de mão de obra. Dos 463 municípios do estado com exploração econômica do café, grande parte tem na atividade sua quase exclusiva produção agrícola, o que resulta em municípios com elevada dependência do produto para a economia local e regional.

Hoje a saca de 60 kg está sendo comercializada no mercado entre R$ 370 e R$ 380, e o preço mínimo estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), parâmetro criado para manter o equilíbrio de mercado, é de R$ 362,57. Já o custo total de produção em Minas Gerais, calculado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é de R$ 428,12 por saca no sistema de produção mecanizada e de R$ 501,33 no sistema de produção manual.

“Basta fazer uma conta simples para verificar que, no ano passado, quando o preço de mercado do café verde chegou próximo de R$ 500 a saca, o produtor já vinha operando no limite. Agora, os cafeicultores mineiros, a maioria deles agricultores familiares, estão enfrentando uma grave crise financeira”, contextualiza Niwton Moraes, engenheiro agrônomo e assessor especial de Cafeicultura da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

O contrato de opção de venda consiste em um acordo firmado entre produtores e o governo federal, por meio da Conab, que prevê a aquisição de lotes a um preço previamente definido para possível entrega no próximo ano. Caso seja acatado, o contrato irá permitir que os cafeicultores mineiros tenham a opção de vender a produção para a Conab, se o valor de mercado estiver menor do que o negociado com o governo.

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