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Emater incentiva produção de morangos orgânicos

Com mais de 100 mil toneladas por ano, o Sul de Minas se destaca no cenário estadual e nacional da produção de morangos, ganhando cada vez interessados na aquisição da fruta seja para venda ao consumidor ou produção de doces, geleias e outros guloseimas. De acordo com a Emater, a atividade é caracterizada pelo cultivo familiar, com pequenas plantações.

Em Extrema, com atuação da Unidade Regional de Pouso Alegre, surgiu uma alternativa mais econômica para a agricultura familiar: a produção de morango orgânico em calhas feitas com reaproveitamento de materiais.

“Além do material reciclado, mais sustentável, as calhas suspensas favorecem o manejo. São frequentes os depoimentos de produtores de morango com dores na coluna por trabalharem muito tempo agachados para cuidar dos canteiros convencionais, que ficam no chão”, explica o engenheiro agrônomo da Emater em Extrema e autor do projeto, Hélio João de Freitas Neto.

Na comunidade do Pessegueiro, localizada no município do Sul de Minas, o Sítio Santo Antônio é uma referência bem-sucedida desse processo. Por lá, o agricultor familiar, Jorivaldo de Andrade, incentivado pela Emater, decidiu dar um novo passo e entrar na produção de morangos orgânicos.

O sistema orgânico e sua estrutura fogem do convencional. Seguindo o caminho da sustentabilidade, Jorivaldo transformou calhas em canteiros. Elas são feitas de material reciclado e ficam suspensas pelos cavaletes de madeira. As calhas, preenchidas pelo composto orgânico, são duráveis e podem ser usadas por vários ciclos da cultura.

O técnico da Emater Hélio Neto também conta que, junto com o produtor, foram testados seis diferentes tipos de composto orgânico para verificar o que melhor se adaptava à cultura. A cada ciclo de produção, o composto que fica nas calhas precisa ser reforçado ou substituído.

Para implantar o projeto, foi necessária a construção de uma pequena estufa de 175 m², cavaletes de madeira, além de instalar um sistema de irrigação por gotejamento, o mais adequado para a produção da fruta. Neste processo, a Emater viabilizou as mudas. Já as calhas foram doadas por uma indústria de São Paulo especializada em produtos reciclados.

“A adaptação das calhas para transformá-las em canteiros é simples. A principal medida é fazer os furos para drenagem da água”, explica o engenheiro da Emater, Hélio Neto.

Para selecionar a variedade de morango, foram testadas oito opções e a escolhida foi a PRA Estiva, que produz o ano todo. “Não existe receita de bolo. Tem que observar para ver o que dá certo”, aponta o engenheiro.

A produção de morango já está, inclusive, atraindo a atenção de outros agricultores da região. A propriedade vem recebendo visitas de pessoas interessadas em conhecer o sistema de produção orgânica em calhas recicladas. Na comunidade vizinha, por exemplo, já há produtor do morango convencional usando o material reciclado para fazer os canteiros.

No momento, o Sítio Santo Antônio está em fase de adaptação para conseguir, em breve, a certificação de propriedade orgânica. Com o selo, a expectativa é a de que os resultados sejam ainda melhores.

Enquanto isso, o agricultor familiar consegue vender o produto por R$ 25 o quilo, preço que, segundo a Emater, está acima da média do mercado. A clientela é variada, com vendas para amigos, escola do município e restaurante na cidade turística Monte Verde, na Serra da Mantiqueira.

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