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HEADER – DESTAQUES VALE DO AÇO – BNDF

Só nos leva ao atraso

“O filho do vizinho é gay, o meu é homossexual”. A forma com a sociedade brasileira tem de tratar suas mazelas leva-nos a pecha de “justiceiros”. Quando o jogador Rodrigo Caio do São Paulo, em disputa de bola  com o atacante Jô do Corinthians , o árbitro por ter sua visão obstruída aplicou o cartão amarelo para o adversário e ele, para todo o Brasil assistir, alertou ao juiz que cometera um equívoco (foi ele que, na disputa, tocou com a chuteira no rosto do goleiro do seu time, o São Paulo) o colega da Rádio Jovem Pan e TV Gazeta, Flávio Prado, ofereceu a melhor das definições do que nós brasileiros somos: Justiceiros. Ficamos indignados em ver alguém fazer algo errado que também cometemos (ou cometeríamos). Rodrigo Caio foi ético quando a maioria se calaria diante da injustiça que ali protagonizava.

As razões pelas quais os vereadores Ipatinga foram presos (e assessor de um deles) é, por muitos, entendido tal prática (a rachadinha) como “normal”. Porém, a uma diferença que separa bem o significado entre “normal” e “comum”: A legalidade e a moralidade (um fato que é comum, não necessariamente é legal. Um fato normal é obrigatoriamente legal ou moral).

O  que Negócios Já! vê nesse momento é algo muito parecido com a ação disruptiva da Operação Lavajato. As práticas até então realizadas por governos, empreiteiras, operadores de partidos e estatais eram “comuns”. Causou-nos espanto, a operação lembrar-nos que “comum” não é o mesmo que “legal” (ou moral). Daí, voltamos para nós mesmos e entendemos o que estava sendo levado à superfície causava-nos ânsia de vômitos (e vomitar, era necessário).

Vereador Rogério Bento (Rogerinho) preso essa semana ao se apresentar espontaneamente a Policia Civil
Vereador Luís Márcio preso na sexta-feira passada (15) quando eclodiu a Operação Dolus.

 

Vereador Paulo Reis tido como foragido da justiça.

Mas, o princípio da ampla defesa deve ser respeitado e qualquer julgamento, mesmo que as provas possam ser contundentes, será algo precipitado. É necessário que, agora, o judiciário cumpra o seu papel e a defesa dos então réus (lembrando que nós, enquanto mídia, precisamos de ter o cuidado de não induzir a uma condenação antes do julgamento) faça o seu trabalho. O que nos preocupa é que os enfrentamentos dos municípios, no momento, já são extremamente desafiadores com a falta de repasses e reflexos na qualidade dos serviços oferecidos à população. Um problema dessa magnitude só nos leva ao atraso. Pela urgência de recuperar a economia local, deveria o espaço que o legislativo se ocupa em juntar os cacos diante do furacão que a arrastou essa semana por discussões de políticas públicas de atração de investimentos, por exemplo e não por questões éticas. Ética é obrigação e mesmo com o seu entendimento oscilando de pessoa para pessoa, de grupo para grupo e de sociedade para sociedade, essa discussão ocupa espaço de coisas maiores.

 

Vereador Wanderson Gandra(PSC) preso na última quarta-feira (20) durante sessão ordinária da CMI.

Ipatinga (e a RMVA como um todo) sofre com a falta de investimentos privados que possibilitem a geração de emprego e renda. colocamos em nosso espaço diariamente (portal, jornal e revista) exemplos de empreendedorismo, de inovação, de perseverança nos negócios. No entanto, abrir espaço para essa reflexão é muito triste.

Que a Câmara de Ipatinga aproveite o momento para aprimorar seus instrumentos de controle e esses possibilitem que ela não retorne às páginas policiais, mesmo que ainda seja no campo das suspeitas.

Aos vereadores acusados dessas práticas, que possam ganhar o espaço necessário para as suas defesas. Torceremos que as prisões possam ser um equívoco, apesar da seriedade do Ministério Público e Gaeco sejam inquestionáveis.

As nuances do momento, lembramos, só nos levam ao atraso. Ipatinga tem pressa!

 

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