As altas temperaturas, que sempre assolam o país no início de cada ano, provoca um crescimento no uso de sistemas de refrigeração, como ar-condicionado e ventiladores, e, consequentemente, no consumo de energia, que em janeiro registrou um aumento de 6,5% frente a igual período em 2018.
Para o engenheiro de eficiência energética da Cemig, Thiago Douglas Batista, é importante que os consumidores mantenham os cuidados no uso do ar-condicionado, principalmente durante o verão. “A Cemig divulga o ano inteiro as medidas mais importantes para não aumentar a conta de luz e, nesta época do ano, os grandes vilões são os aparelhos de refrigeração”, explica.
Segundo Thiago, a primeira medida é na hora de adquirir os aparelhos que possuem o selo Procel e a etiqueta do Inmetro com a letra “A” – considerados mais eficientes. “Muitas vezes, pensamos em adquirir aquele mais barato. Contudo, o aparelho de ar-condicionado tem uma expectativa de vida útil longa. Dessa forma, podemos economizar no momento da compra, mas pagar um preço mais alto na conta de energia por 10 ou 15 anos”, afirma.
Outra dica importante apontada pelo especialista da Cemig é com relação aos ambientes. Enquanto, com os ventiladores, o cômodo deve ficar com as janelas abertas, com o ar-condicionado, o local e as cortinas – ou persianas – devem ficar fechados.
“Em locais abertos, o aparelho de ar-condicionado vai usar a sua máxima potência para tentar igualar a temperatura dos ambientes. Assim, ele vai consumir mais energia. Além disso, as cortinas e persianas devem estar fechadas porque a entrada de luz faz com que o local fique mais quente. Esses simples procedimentos podem resultar em economia significativa na conta de energia”, destaca o engenheiro.
Aparelhos menos eficientes
Em função do aumento de uso do aparelho de ar-condicionado pelos brasileiros, o Ministério de Minas e Energia publicou portaria para retirar, de forma escalonada, os equipamentos com selos C e D do mercado nacional. A partir de 30 de junho deste ano, fabricantes e importadores ficam impedidos de importar os equipamentos menos eficientes.
Até o final do ano, fabricantes não poderão mais produzir os equipamentos com selos C e D. Por fim, depois do dia 30 de junho de 2020, comerciantes não poderão mais vender esse tipo de aparelho. O especialista da Cemig chama a atenção dos consumidores que, “em função dessa legislação, os comerciantes devem fazer diversas promoções para que esses aparelhos não fiquem encalhados. Então, os clientes precisam ficar atentos para não comprarem equipamentos menos eficientes que estejam com preço vantajoso, mas que fará com que a conta de energia seja mais alta durante o período de vida útil desses aparelhos”, alerta.
Sobrecarga de energia
Nas últimas décadas, houve um aumento muito grande no número de equipamentos ligados, muitas vezes, em construções mais antigas, onde as estruturas elétricas podem não estar preparadas para suportar essa nova demanda. Queima de fusíveis e desarme de disjuntores são sinais de que há algum problema nas instalações elétricas.
De acordo com o engenheiro de segurança do trabalho da Cemig, Demetrio Aguiar, é sempre importante contratar profissionais qualificados para executar qualquer serviço elétrico. “Sem o conhecimento técnico, é comum que, em casos de sobrecarga, se troque apenas o disjuntor ou a chave fusível, e a fiação continue recebendo energia além do previsto, uma situação de altíssimo risco para incêndio.” Demetrio Aguiar alerta ainda que só um profissional especializado é capaz de elaborar um projeto elétrico com o dimensionamento correto para que não haja esse tipo de problema.
A sobrecarga também pode ocorrer devido ao uso inadequado das instalações elétricas, por exemplo, a utilização de “Ts”, benjamins ou extensões que podem triplicar a corrente de energia em uma única tomada da instalação. As “gambiarras” e os “jeitinhos” nas instalações elétricas são totalmente desaconselháveis e perigosos. Dependendo do aparelho que o consumidor adquirir, é preciso informar a Cemig e solicitar uma alteração de carga.