Uma boa notícia para o Rio Grande do Sul foi divulgada pelo Estaleiro EBR, que fica no município de São José do Norte. A empresa comunicou, através de nota, que foi selecionada pela Modec Offshore Production Systems (companhia de Cingapura), uma subsidiária da japonesa Modec, Inc., para “a fabricação e a montagem de um número de módulos de processo para o topside (equipamentos que ficam situados acima do convés da plataforma de petróleo) de um sistema flutuante de produção, armazenamento e descarregamento (FPSO), o FPSO Guanabara MV31”. O acerto prevê confidencialidade, e não foram detalhados os valores envolvidos ou a quantidade precisa de módulos a serem feitos.
De acordo com a EBR, o trabalho a ser realizado inclui a fabricação e a montagem de módulos que compreendem o sistema de tratamento de água do topside. O projeto terá início no primeiro trimestre de 2019, com um cronograma de entrega de 12 meses. O FPSO Guanabara MV31, atualmente em construção pela Modec, será contratado pela Petrobras através de leasing e operação para o campo de Mero, onde será instalada a unidade. O campo está sendo desenvolvido atualmente pelo Consórcio de Libra, composto por Petrobras (operadora), Shell, Total, CNPC e Cnooc. Quando concluído, o FPSO Guanabara MV31 terá capacidade de processamento de até 180 mil barris de óleo por dia e 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
“Estamos satisfeitos em ganhar a confiança de um importante cliente como a Modec e demonstrar nossa capacidade técnica e competitividade”, frisa o presidente do EBR, Mauricio Godoy. Desde que entregou a plataforma P-74 para a Petrobras, no ano passado, o estaleiro gaúcho estava praticamente estagnado. O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte, Sadi Machado, comenta que a notícia sobre a nova encomenda é recebida com muita alegria, mas também com cautela. O sindicalista ressalta que o EBR ainda não divulgou oficialmente a quantidade de vagas que vão ser geradas com essa demanda.
Machado diz que as informações que chegaram para ele dão conta que será feito apenas um módulo, com sua montagem desmembrada em duas etapas. O dirigente estima em aproximadamente 500 empregos a serem gerados diretamente. Conforme o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte, há muita mão de obra ociosa na região. Alguns dos profissionais que estavam ocupados no polo naval gaúcho, destaca Machado, quando houve a escassez de trabalho, foram atuar na construção da termelétrica da Engie, em Candiota, outros tentaram a sorte fora do Estado, e também há quem ainda está desempregado e que mudou de ofício. “Ficamos na expectativa do futuro, pois a gente não sabe se haverá uma retomada”, ressalta o sindicalista.
Fonte: Jornal do Comércio