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Espetáculo “A Sós” estreia em Ipatinga

“Falar da solidão contemporânea e os desajustes psicológicos que levam ao distanciamento entre os seres e a “desumanização”. A peça A Sós tem como fonte inspiradora a relação humana, a solidão e as angústias vivenciadas numa relação conjugal”, explica o ator e autor da peça Ubiratan Santana. O texto aborda o momento do “acerto de contas” de um casal, trazendo à tona suas lembranças melancólicas que revelam as marcas e dores que vivenciaram em um relacionamento doentio, mas que aparentava normalidade e sofisticação aos olhos da sociedade. Os personagens, inseridos num espaço e tempo distorcidos, evidenciam seus medos, suas obsessões e principalmente suas “cicatrizes” conjugais. Por meio de elementos poéticos e simbolistas, a trama aborda a violência contra a mulher. O espetáculo estreia na próxima  quarta-feira (16), às 20h, no Teatro Zélia Olguin (Av. Itália, 1890 –Cariru) com entrada franca.

A montagem “À sós” irá percorrer 8 cidades mineiras até o primeiro trimestre deste ano. A próxima será Araxá, em seguida Betim, Curvelo, Mariana, Sete Lagoas, dentre outras cidades. Os ensaios e todo o processo de pré-produção da montagem foram realizados na cidade de Betim. “A realização deste projeto tem o objetivo de suprir uma grande demanda quanto ao estímulo à produção e circulação de espetáculos na cidade. Nossa intenção é estimular a produção teatral local e desta forma, suprir uma lacuna artística existente de produções teatrais daqui, minha cidade natal. A partir desta construção, iremos circular por cidades do interior do Estado, que muitas das vezes também têm acesso limitado às produções artísticas. A ideia é realmente buscar a descentralização do acesso à cultura, que, muitas das vezes, fica concentrado apenas na Capital”, conta Santana.

A história foi construída através pesquisas sobre a temática e muitos estudos envolvendo a psicanálise. Ubiratan Santana se inspirou principalmente nas obras do teatrólogo Samuel Barclay Beckett, (Teatro do Absurdo). “Também foquei no método das ações físicas de Stanislavski, o qual o venho há anos pesquisando, especialmente por ter feito parte do grupo de pesquisas Ficções da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que tem foco no trabalho desse teatrólogo.’

A montagem tem cerca de 50 minutos de duração, com 3 personagens em cena, inseridos dentro da estética teatral realista emoldurada em uma dramaturgia de cena e cenográfica que trará elementos minimalistas para ressaltar o simbólico, a desconstrução temporal e a sutileza do universo psicológico, no qual os personagens construíram para se aprisionarem. “Queremos levar aos olhos do público mineiro uma montagem em teatro realista e trazer de forma simbólica, poética e mitológica, a triste cultura de brutalidade que por anos tem subjugado às mulheres à condição passiva diante de um mundo machista. O enredo não tem o intuito de focar nas agressões físicas, mas sim, na agressão psicológica que uma mulher pode sofrer nas mãos de seu companheiro. Na solidão e na intimidade de seus lares. Os espectadores serão provocados a refletir sobre atitudes quase imperceptíveis, mas que estão muito presentes na contemporaneidade e na realidade de seu cotidiano, numa trama com um final surpreende.”

Ficha técnica

Texto: Ubiratan Santana

Direção e roteiro: Ubiratan Santana

Intérpretes-criadores: Iara Amaral, Ubiratan Santana e Elton Luz

Maquiagem: Carolina Cordeiro

Costureira: Maria Nilza

Trilha sonora: Gabriel Pessoa

Fotografia: Ênio Silva Rezende

Figurino: Adriano Borges

Iluminadores: Henrique Machado e Joana D´arc

Cenário: uma construção coletiva

Preparação corporal: Priscila Patta

Produção: Helena Pawlow

Identidade visual e produção executiva: Agência Birdhouse

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