Minas consegue balanço positivo no processo de abertura de empresas

Apesar da crise econômica, o saldo de empresas abertas no estado cresceu 14% em 2018, segundo dados da Jucemg (Junta Comercial de Minas Gerais). O período comparativo ao ano anterior mostra que 46.730 negócios foram formalizados, índice superior aos 41.043 empreendimentos de 2017. Por outro lado, as extinções cresceram 26%, saltando de 28.910, em 2017, para 36.480, em 2018, com destaque para a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – Eireli com 2.334 fechamentos (65%) e Empresário com 13.541 ( 22%) das extinções no comparativo.

O comércio foi responsável por 14.624 registros, o que representa 3% de aumento no comparativo de 2017 com 14.248 constituições. O destaque fica para abertura de 1.248 lojas de roupas no território mineiro, depois restaurantes (1.171) e lanchonetes, casas de chá e sucos com 948 formalizações.  A construção de edifícios, 1.641 registros, foi o maior responsável por elevar o setor de indústrias, que cresceu 18% em 2018, com 4.338 formalizações, superior aos 3.648 registros do ano passado.

A mesma tendência segue nos encerramentos. O setor de serviços fechou 15.460 negócios, ou seja, 29% do comparativo aos 11.957 empreendimentos de 2017. Os setores de comércio e indústria, ambos apresentaram 24%  de aumentos no fechamento de empresas, o destaque negativo fica para o comércio que saltou de 14.145 extinções em 2017 para 17.552 em 2018. O setor de indústria fechou 3.468 empresas em 2018.

Em volume de constituições, a Eireli que cresceu 22% no comparativo, com 9.772 formalizações, e o tipo jurídico Empresário com 9% de aumento, responsável por 15.988 registros. Em todos os tipos jurídicos houve crescimento, com destaque para as S/A com 251 constituições, em 2018, e 146, em 2017.  Por segmento, o setor de serviços liderou o ranking com 27.768 formalizações, isto é, 20% do total de aberturas de empresas no estado, contra 23.111, em 2017.  Atividades médicas ambulatoriais (consultórios) mais abriram neste ramo com 1.180 registros, seguido de serviços de engenharia 1.171 e transporte rodoviário de carga com 1.098 formalizações.

LEIA TAMBÉM

LEIA TAMBÉM

O fim de uma era: Bretas encerra atividades no Vale do Aço

Neste domingo, 11 de maio, a rede de Supermercado Bretas, outrora dominante na região, encerrou oficialmente suas operações no Vale do Aço. As unidades de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo serão assumidas pela rede de Supermercados BH, que inicia a administração já nesta segunda-feira, dia 12. A previsão é que as lojas reabram ao público na próxima quinta-feira, dia 15, já com nova identidade visual e mudanças operacionais que vêm sendo aguardadas com expectativa. No sábado, véspera do fechamento, a reportagem do Conex10 visitou duas das unidades da rede (Centro de Ipatinga e Caravelas) e o cenário era de tranquilidade, mas de clima total de fim de ciclo. Corredores quase vazios, poucos carrinhos sendo empurrados e um silêncio que contrastava com a movimentação típica de um final de semana. As prateleiras estavam abastecidas, mas clientes e funcionários em ritmo de despedida indicavam a conclusão de uma trajetória que marcou a história do comércio varejista da região por mais de três décadas. Funcionários ouvidos pela reportagem, que preferiram não se identificar, disseram que a maioria continuará empregada, agora sob a bandeira do BH. “A expectativa é boa. Sabemos que o BH está em expansão, e esperamos que venham novos tempos, com melhorias e mais estrutura”, disse um funcionário com anos de casa e que confirmou sua permanência neste primeiro momento. Outro acrescentou: “A gente sente um misto de tristeza mas de esperança. O Bretas foi importante, mas chegou a hora da virada.” Entre os clientes, muitos expressaram sentimentos nostálgicos. A dona de casa Maria Aparecida Nogueira, cliente fiel há mais de 20 anos, lamentou o fim. “Fiz minhas compras aqui por anos e anos. É triste ver tudo acabar assim.” Já o economista aposentado João Batista Oliveira lembrou que o setor supermercadista mudou muito nos últimos 15 anos. “Depois que deixou de ser dos donos, o serviço piorou, os preços subiram, e os concorrentes, alguns até menores e outros gigantes do setor, tomaram conta.” A estudante Larissa Abelardo comentou que, mesmo sentindo saudades, está curiosa para ver o que a nova rede trará. História de sucesso e ocaso comercial  Fundado no final dos anos 40 em Santa Maria do Itabira, o Bretas chegou ao Vale do Aço com sua primeira loja em Timóteo, em 1988, no bairro Centro-Norte (Acesita). Posteriormente, a empresa trouxe sua sede administrativa para a região, expandindo sua presença para até dez lojas nas três principais cidades. No entanto, com a chegada de novos concorrentes e mudanças na gestão, após a venda para o grupo chileno Cencosud, em 2010, o Bretas foi perdendo espaço e força e, pior que isso, não esboçou nenhuma reação no sentido de recuperar este lugar. O encerramento de suas atividades neste domingo sela a conclusão de uma trajetória, mas também marca o início de uma nova fase no varejo regional. O Bretas teve sua venda ao BH anunciada em 7 de fevereiro. No Vale do Aço, a noticia foi dada em primeira mão pela Rádio Jovem Pan. O acordo girou em torno de R$ 716 milhões, envolvendo as lojas localizadas em Minas. Apesar do valor expressivo, ele é 47% menor em relação ao que o Cencosud pagou em 2010, quando comprou o Bretas por R$ 1,35 bilhão. Apesar do valor menor, o novo controlador leva uma operação ligeiramente maior. Há 15 anos, eram 45 unidades em Minas Gerais, além de oito postos de combustíveis e um centro de distribuição, localizado em Contagem. Atualmente, integram a negociação 62 lojas em território mineiro, além dos mesmos oito postos e o centro de distribuição. O Cencosud seguirá operando o Bretas em Goiás, onde mantém 26 unidades. Quando foi vendido ao Cencosud, o Bretas era líder isolado em Minas Gerais no setor supermercadista e ocupava o 7º lugar no ranking da Abras. Nas mãos do gruo chileno,  além de crescer muito pouco organicamente, os chilenos viram os concorrentes ganharem terreno. Hoje, o BH tomou essa liderança, com grande folga, além de ocupar o 4º lugar nacionalmente. O Cencosud vem caindo no ranking ao longo dos últimos anos e, com esta venda, pode perder mais uma posição para outro mineiro: o Mart Minas.

Leia mais