Em novembro, as fábricas do Grande ABC demitiram 1.050 profissionais, ou seja, uma média de 35 dispensas por dia. O resultado é o pior para o mês desde 2015, quando os cortes chegaram a 1.500. No mesmo período do ano passado, 100 tinham perdido o emprego. O ritmo de desligamentos na indústria também acelerou em relação a outubro, quando foram fechadas 280 vagas no setor da região.
Os dados são de levantamento realizado pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Neste ano, as sete cidades acumulam perda de 550 postos de trabalho e, em 12 meses encerrados em novembro, os cortes chegam a 2.200.
A única regional que não apresentou saldo negativo no período foi Santo André (que inclui dados de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), ao registrar 50 contratações.
Já São Bernardo e São Caetano tiveram 400 desligamentos em cada uma e Diadema, 300. Para o diretor do Ciesp da cidade, Anuar Dequech Júnior, há dois fatores principais que podem explicar o cenário. Um deles é uma ‘paralisação’ entre as empresas da região. “Depois do resultado das eleições presidenciais, apesar de um otimismo imediato no setor, há uma espécie de hiato. Também há indústrias que contrataram para o fim do ano, mas, com a diminuição dos pedidos, acabaram demitindo antes do esperado, o que é menos custoso do que ficar ocioso”, afirmou. Tradicionalmente, as dispensas de temporários das fábricas ocorrem somente em dezembro.
Além disso, ele cita movimentação de saída de firmas da cidade. “Os empresários estão procurando outros lugares diferentes fora de Diadema, seja por conta da dificuldade de abrir empresa ou pelos altos impostos. A Prefeitura vem trabalhando para facilitar estas aberturas e pela questão tributária, mas, nessa guerra fiscal, Diadema está perdendo. A gente observa que há grande quantidade de galpões vazios na cidade”, explicou.
Apesar do resultado, a perspectiva é de melhora para 2019. “Principalmente na área automobilística, há um clima de otimismo. Assim que forem definidas as políticas do novo governo, deve haver contratações”, disse Dequech Júnior.
