Hoje (23/11), acontece reunião importante do Conselho de Administração da Usiminas. A equipe econômica vai discutir os rumos da Unigal para buscar uma solução que visa um contrato mais equilibrado entre Unigal, Nippon e Usiminas.
Dentro das ações de revisão de contratos iniciado em agosto deste ano, quando o Conselho de Administração aprovou, por unanimidade, a redução de 4,0 milhões de toneladas para 2,3 milhões de toneladas anuais adequando a principal matéria prima à demanda atual da Usiminas (com previsão de revisões anuais), agora é a vez da revisão do atual contrato entre as sócias da Unigal (Joint-venture entre a Usiminas e a Nippon Steel instalada dentro da área da Usina Intendente Câmara que é responsável pelo processo de Galvanização do aço, ou seja processo de acabamento que inclui na superfície do aço revestimento de Zinco por meio de submersão).
Meses atrás, fontes haviam informado que estaria em rediscussão, após a revisão do acordo da MUSA, os termos do acordo com a Nippon referentes a Unigal (Página Negócios Já – Diário do Aço em agosto). Há, entendimento por parte da atual gestão, desequilíbrio financeiro entre as partes e que a proposição de ajustes nos termos de acordos é muito importante para o soerguimento da siderúrgica.
No entanto, o que os tempos áureos vividos pela empresa, com recordes sobre recordes de produção sendo alcançados não levavam à superfície, é que a complexa constituição societária de empresas do grupo Usiminas poderia, em algum momento, gerar conflito de interesses que, por sua vez, levariam à impasses. Veja abaixo, exemplos que podem gerar conflito de interesses (em algum momento).
Mineração Usiminas
Constituição societária que inclui a própria Usiminas (Empresas do Bloco de controle acionário: Ternium/Tecchint, Nippon Steel, CSN, Previdência Usiminas e minoritários) e a Nippon Steel/Sumitomo Metals.
A Fornecedora de minério de ferro, principal metéria-prima para a siderúrgica, cujo 70% da produção é vendida para a Usiminas, no atual contexto teve que revisar, para baixo, valores de vendas. Quem tem um pé lá e outro cá como a Nippon Steel (sócia da Usiminas e da Mineração Usiminas não deve ficar confortável ao ver redução de lucro em uma empresa em detrimento a outra). Na revisão do acordo de vendas da mineradora para a siderúrgica em agosto deste ano ficou muito claro.
Unigal
Joint venture entre a Usiminas (Empresas do Bloco de controle acionário: Ternium/Tecchint, Nippon Steel, CSN, Previdência Usiminas e minoritários) e a Nippon Steel. Novamente, observa-se o desconforto em ter que defender o interesse de um lado em detrimento ao outro cuja participação societária tem uma fatia bem maior.
Tenigal
No México, a Ternium reproduz mesmo modelo da Usina Intendente Câmara, em Ipatinga. No país, eles são sócios na Tenigal, um empreendimento com 51% do capital nas mãos dos ítalo-argentinos e 49% em posse dos japoneses em galvanização dentro da planta de Pesqueria, cidade próxima a Monterey. Em agosto, a disputa societária entre Nippon Steel & Sumitomo Metal e o grupo Ternium / Techint na Usiminas, que já durava três anos, teve reflexos na associação dos dois grupos no México. Mas não chegaram a acordo para novo investimento para ampliação da capacidade de produção.
Ambiente tenso
Essa semana o co-irmão Portal de notícias Plox, noticiou que fontes dão conta de que há uma paz aparente e que isso pode ser confirmado por pressões internas que a atual gestão está submetida ao propor a revisão de contratos sendo, o principal, os termos de acordo que viabilizam a Unigal. Ainda é contundente que continua correndo na justiça processo impetrado pela Nippon Steel contra a eleição do presidente Sérgio Leite pela Assembleia Geral Extraordinária do Conselho de Administração em março desse ano e o incondicional retorno do ex-presidente Romel Erwin de Souza. O que, infelizmente, deixa o ambiente interno tenso e a comunidade apreensiva.