A Prefeitura de Coronel Fabriciano (PMCF) solicitou a implantação de um porto seco no município, que, caso venha a acontecer, poderia garantir a aplicação de R$ 25 milhões em obras como medidas compensatórias e mitigatórias aos impactos decorrentes da presença da ferrovia Vitória-Minas na cidade. O pedido foi feito durante a audiência pública promovida pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), no Vale do Aço, com objetivo de debater a prorrogação da concessão da estrada de ferro à Vale.
Além do porto, a PMCF entregou uma pauta solicitando – dentro do investimento de R$ 25 milhões – a construção de muro de vedação, passarelas e instalação de cancelas ao longo da ferrovia, no trecho urbano. Já o porto, seria instalado na área destinada ao Distrito Industrial II, próximo à Ponte Mauá, no limite de Fabriciano com Timóteo. “Estamos aptos para receber este investimento, essencial para o desenvolvimento econômico e social do Leste de Minas”, sintetizou o secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Douglas Prado.
Compensação
Segundo Prado, a linha férrea é de grande importância para o município, pois foi através da sua construção e da hoje extinta Estação do Calado, em 1924, que a cidade começou a se desenvolver. Mas ao longo dos anos, a cidade seguiu sem investimentos como medidas mitigatórias e compensatórias pelo impacto causado pela ferrovia. Hoje, sete quilômetros de ferrovia passam na cidade, nos bairros Amaro Lanari, Mangueiras e área do Distrito Industrial II, causando transtornos para quem vive nas imediações.
“Não há, por parte do município, posição contrária à concessão. Mas entendemos que o momento é estratégico para garantir investimentos necessários à Fabriciano. A nossa cidade recebeu os primeiros trabalhadores da estrada de ferro e da siderurgia, abrigou a primeira estação, tem mais de estrada de ferro no seu perímetro urbano. Mas passado 90 anos, sobrou apenas os impactos socioambientais deste progresso, sem investimentos compensatórios. Hoje temos projeto consistente, de interessa da cidade e região, para pleitear que parte destes recursos para a cidade”, conclui o secretário.