O secretário de Estado americano, Marco Rubio, voltou a ameaçar o Brasil com novas sanções em represália ao que o governo dos EUA chama de uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão na última semana pela Primeira Turma do STF. Em entrevista à rede Fox News, o secretário não detalhou quais medidas seriam adotadas contra o governo brasileiro, mas disse que serão anunciadas “nos próximos dias”. Rubio voltou a criticar os ministros do STF, a quem classificou como “ativistas” e acusou de tentar punir cidadãos americanos por meio de medidas “extraterritoriais”. (g1)
Enquanto Rubio disparava ameaças ao Brasil em uma das principais redes de televisão dos Estados Unidos, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, usou o X para criticar a condenação de Bolsonaro. Na tarde desta segunda-feira, Leavitt republicou um texto da colunista do Wall Street Journal Mary Anastasia O’Grady que acusa o STF de praticar “lawfare” (guerra jurídica) contra Bolsonaro. (UOL e WSJ)
O Planalto já esperava uma reação de Washington, mas não contava com a possibilidade de os americanos dificultarem a ida da delegação brasileira para a Assembleia Geral da ONU, marcada para ocorrer em Nova York a partir do dia 23 de setembro. Até o momento, diversos integrantes da delegação ainda não receberam seus vistos, incluindo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. De acordo com a legislação vigente, os Estados Unidos são obrigados a conceder vistos de entrada às delegações de todos os países membros da ONU. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro a discursar na Assembleia Geral. (Folha)
O Brasil apresentou um protesto formal na ONU contra a demora dos Estados Unidos em emitir os vistos para a delegação brasileira e ameaçou tomar medidas legais para garantir a presença de todos os integrantes da missão na Assembleia Geral. A reclamação ocorreu na última sexta-feira, durante uma reunião que discutia a decisão dos EUA de impedir que representantes palestinos participassem da principal reunião anual da ONU. “Temos a indicação do governo americano de que os vistos que ainda não foram concedidos estão em vias de processamento”, disse, de forma diplomática, o diretor do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty, Marcelo Marotta Viegas. (Globo)
A ONU se disse preocupada com a demora dos Estados Unidos em emitir os vistos da delegação brasileira que participará da Assembleia Geral. Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a lentidão provoca temores de que o acordo firmado em 1947, na criação da entidade, seja desrespeitado. “Esperamos que os vistos sejam entregues, como enfatizamos no caso da delegação palestina”, disse ela. (Estadão)



