Em silêncio, como bons mineiros, Família Coelho Diniz já detém 18% de participação no Grupo Pão de Açúcar e desperta interesse de bancos

Sai família Diniz, entra família Diniz. Como no futebol, time que está ganhando – se mexe. E, na verdade, uma nova família Diniz está ganhando espaço no GPA, dono do Pão de Açúcar e do Extra – mas essa não tem nenhuma ligação com os fundadores Valentim e seu filho Abílio Diniz, o empresário que passou por um sequestro nos anos 80 e morreu em fevereiro de 2024. São os Valadarenses Coelho Diniz, da rede de supermercados que opera dezenas de lojas no leste de Minas Gerais.

 

De um jeito bem mineiro, o grupo vem ampliando aos poucos sua participação na varejista. Até que em julho, eles já detinham 18% da companhia – se aproximando da fatia de 22,5% do francês Casino, ex-controlador do GPA e até hoje o maior acionista.

Os Diniz

Ao contrário do irmão mais famoso, o deputado federal, pelo MDB, Hercílio Coelho Diniz, quem lidera as operações e é o “rosto” à frente das aquisições recentes no GPA, é o irmão André Diniz.

André Diniz, um dos irmãos mais ligados às operações do Coelho Diniz

A família também tem forte ligação com a política local e André vai na contramão tendo perfil mais discreto como empresário. Hercílio se afastou do dia a dia da empresa desde meados do ano passado, depois de conflitos com o então prefeito de Governador Valadares, André Merlo. Tem ainda Fábio que t atua mais discretamente na rede da família e Alex Diniz, que também flerta com a política e é suplente do senador Cleitinho Azevedo, dos Republicanos de Minas Gerais.

Controle

A aposta do mercado agora é de que o Coelho Diniz deva avançar para uma fatia maior do GPA e assumir o controle da rede. Expectativa respaldada pelo fato de que os franceses, do Grupo Casino, detentores da maior fatia do GPA, já tratarem a empresa como um ativo a ser vendido. Mas para isso, os “Coelho Diniz” ressentem-se de pouco fôlego de capital próprio para ampliarem a participação.  Bancos com capacidade de financiar uma operação de aquisição dessa monta tem procurado informações a respeito mas, no meio, são muito pouco conhecidos, esses, sempre importantes na intermediação dessas operações.

A questão agora é saber se o Grupo Casino esteja com disposição de desfazer dos seus atuais 22,5%, momento em que as ações estão em baixa, hoje na casa de R$3,50. O que não pode é duvidar da capacidade “mineira” de comer pelas beiradas.

LEIA TAMBÉM

LEIA TAMBÉM