Quais são as empresas que compõe o consórcio de investidores que poderão, finalmente, melhorar as condições de tráfego da rodovia.
Na quinta-feira (06), foi realizado em Belo Oriente, às margens da BR 381, evento que marcou o lançamento do “Máquinas na Pista -Plano de 100 dias” que visa executar intervenções mais urgentes em pontes, pista e acessos, como uma espécie de “cartão de visitas” do Consórcio Nova BR 381, que reúne empresas com expertises diversas que terão a concessão por 30 anos da famosa “Rodovia da Morte”.
Para participação e consequente arremate da concessão do leilão da exploração da rodovia, foi formado um fundo de investimentos paranaense batizado de 4UM Investimentos.
Dentre as empresas que compõe esse fundo está o Grupo Aterpa, formado pelas construtoras Aterpa, da construção pesada, especialmente em engenharia rodoviária, a Sam, focada em obras e concessões de saneamento, e a JDantas, especializada em túneis e escavações subterrâneas.
Esse fundo estreou no segmento com a BR-381. Entre os cotistas, além da família Salazar, estão as famílias Malucelli, Federmann e Backheuser, acionistas da MLC, Aterpa, Senpar e Carioca Engenharia.
Dois desses nomes são mais familiares na mídia nacional: Malucelli e Carioca Engenharia. Os paranaenses Malucelli formam um conglomerado empresarial que atua em diversas áreas, como construção, energia, finanças, comunicação, entre outras. O grupo foi fundado em 1966 pelo empresário Joel Malucelli. Atualmente, é um dos maiores grupos empresariais do Paraná e do Brasil. Dentre as principais atividades estrão a Construção pesada, Revenda de equipamentos, Bancos, Energia, Hotelaria, Comunicação, Mídia, Usinas hidrelétricas, Futebol, Seguro garantia.
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A outra é a Carioca Engenharia que, em sua trajetória de quase oito décadas da Carioca Engenharia, admite um “antes e depois” da Lava-Jato. A construtora, que chegou a faturar R$ 2 bilhões ao ano pouco antes de ser alvo da investigação, teve queda brusca nos negócios e nas receitas. Em 2021, por exemplo, faturou R$ 30 milhões, algo insignificante para empreiteiras do porte. A Lavajato, operação da Polícia Federal que ganhou os holofotes ao prender figuras icônicas da política nacional envolvidas no pagamento de propinas e desvio de dinheiro público tendo como epicentro a Petrobrás, arrastou a empreiteira para, praticamente, o fechamento das portas. A empresa já havia admitido participação nos esquemas revelados pela Lava-Jato e, ainda em 2016, fez acordo de leniência com o Ministério Público Federal, MPF. Como divulgado à época, seus donos pagaram R$ 90 milhões, e a empresa pagou outros R$ 10 milhões. Também houve acordo de devolução de R$ 132 milhões aos cofres do Rio, celebrado em 2021 com a Procuradoria Geral do Estado, PGE-RJ. Quase todo o valor foi quitado pela holding da família (Santo Avito Participações), o que preservou a empresa no pós-Lava-Jato.
A nova BR 381, como assim está sendo designado o conjunto de investimentos que serão realizados ao longo de 30 anos não é a primeira tentativa de virar a página de um período em que a rodovia é marcada pelo ceifamento de vidas e a inviabilização de investimentos nos municípios à sua margem. Em 2014, a então presidente Dilma Roussef, veio ao Vale do Aço lançar a duplicação com empresas que arremataram diversos lotes de trechos.
Paralisação das obras
A lavajato, também impactou e arrastou para o olho do furacão empresas que atuavam na Petrobrás e estavam, também, nas obras da rodovia o que fez, na época, abandonarem os contratos. Outros leilões seguiram ao longo desse período sem encontrar interessados, obrigando o atual governo rever e assumir gargalos, como o trecho BH-Caeté. Agora, é esperar que a falta de recursos, a imprevisibilidade econômica ou escândalos de corrupção não adiem o sonho da duplicação e racionalização dos trajetos, o sonho da “Rodovia da Vida”.