Inaugurada em 2015 em Itabirito, Região Metropolitana de Belo Horizonte, a fábrica da Coca-Cola Femsa (foto), está sendo acusada por moradores do bairro Água Limpa, na encosta da Serra da Moeda, de estar secando os mananciais da região. A Associação Mineira de Defesa do Ambiente (AMDA) diz que os poços artesianos instalados pela concessionária de abastecimento de Itabira para a fábrica da Coca-Cola estão secando nascentes dos rios da Velha e Paraopeba, responsáveis por quase toda a água da capital mineira. Os poços também estariam colocando em xeque o rico ecossistema da Serra da Moeda.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) explicou que a outorga para uso da água na região foi concedida antes da instalação da fábrica da Coca-Cola Femsa. O empreendimento foi liberado desde que fosse feita uma pesquisa pela empresa, de duração de dois anos, com acompanhamento do Ministério Público de MG, da Semad e da Universidade de São Paulo (USP). As análises deverão ser entregues em agosto.
Segundo a Semad se esses estudos confirmarem que o sistema de água está rebaixando os lençóis freáticos, é a concessionária quem terá que providenciar outra forma de abastecimento. O Ministério Público, que instaurou inquérito para apurar os possíveis danos ambientais, considera os estudos realizados até agora “inconclusivos” e incapazes de responder à questão fundamental, ou seja, se o bombeamento está realmente acabando com a água na região.
A Coca-Cola Femsa, que chama a unidade em Itabirito de a “maior fábrica verde do sistema Coca-Cola do mundo”, afirma que possui todas as licenças para funcionamento.