Legenda: Marcelo Chara, presidente da Usiminas e o Diretor de Comunicação Corporativa, Roberto Gonzales.
Nesta quinta-feira(19), o presidente da Usiminas, Marcelo Chara, em encontro com a imprensa regional, apresentou balanço sobre o desempenho da Usiminas em 2024 e projetou expectativas para 2025. Em pauta, o maior volume de vendas no ano, os impactos ainda percebidos como avassaladores do nível de importação, especialmente de produtos advindos da China, os investimentos para a mehoria no meio ambiente, o apoio às iniciativas na área de cultura, esporte e lazer e as relações com a comunidade.
Para Marcelo Chara, 2024 foi um ano bom para a usiminas que, por sua vez se justifica, estar na esteira do crescimento do PIB, em 2024, estimado por especialistas de mercado para 3,5%, assim como demais indicadores econômicos como desemprego (6,5%) e a inflação que se mantém até o limite do teto da meta. “Estamos concluindo investimentos da ordem de mais de 600 milhões de reais na reforma da Coqueria 3 que atesta o que a percepção da economia brasileira no ano nos faz acreditar no retorno a longo prazo”, observa o executivo.
Contudo, indagado por Negócios Já! acerca do que mais seria impactante para o futuro da empresa em 2025, se as questões macroeconômicas aliadas as transformações geopolíticas resultantes de 03 conflitos simultâneos (Russia x Ucrania, Israel x Hamas/Hesbolah, tomada da Síria pelos rebeldes do HTS-Hayat Tahrir al-Sham) e a relação umbilical entre as potências China-Rússia; a microeconomia que vive a elevação descontrolada do câmbio, a dívida pública crescente e os juros altos que inibem o investimento ou a judicialização dos acionistas Ternium x CSN acerca da multa de 5 bilhões que podem desestimular investimentos na empresa ou até inviabilizar a permanência da configuração do atual do bloco de controle acionário ele se esquivou de comentar a última alternativa. “Sou Usiminas e não posso comentar sobre nenhum aspecto relativo aos acionistas, então analiso as duas primeiras (macroenconomia-geopolítica) e microeconomia (juros altos, câmbio, etc. ). Para o executivo, o que no momento preocupa, de forma geral é a elevação dos juros básicos da economia que inibe o investimento, não gera mais consumo, reduz a produção e recai no nível de desemprego. “O câmbio não impõe a forma com a qual que conduzimos a empresa e sim a busca constante pela eficiência. Trabalhamos com todos os cenários do câmbio”, explica Chara.
Relações com a Comunidade
Chara acrescentou, em seus comentários, que a Usiminas somente no período compreendido entre 2019 e 2023 destinou R$ 2,5 bilhões em investimentos e grandes manutenções, principalmente, em equipamentos ambientais no Centro Industrial de Ipatinga. Foram aportes crescentes a cada ano, com foco principal na redução das emissões de particulados do processo de produção, o conhecido “pó preto”. Nesses últimos cinco anos, foram quase R$ 500 milhões aplicados em novos equipamentos (Capex) e R$ 2 bilhões em despesas operacionais, que incluem grandes reparos (Opex)”, conclui o executivo.
Volume de vendas e desempenho operacional
Chara comemorou o melhor desempenho do Alto-Forno 3, que atingiu o maior volume de produção desde 2010. “Atualmente, produzimos mais aço bruto com dois altos fornos do que o que produzíamos com três”. exalta o CEO. O volume de vendas teve um crescimento de 8% na comparação com o segundo trimestre, registrando 1,1 milhão de toneladas. Houve crescimento de 10% de comercialização no mercado interno, o maior volume desde o 3T21 o que acredita, o executivo, que os numeros finais de 2024 corroboram os conquistados no penultimo trimestre.
Já a Mineração Usiminas, por outro lado, apresenta queda, refletindo o cenário desafiador no mercado de minério de ferro canalizado por demanda chinesa, mais arrefecida. “A desaceleração da China teve momentos de menor importação e queda de preços do Minério de Ferro afetou os resultados da MUSA”, oberva o executivo.