Empresa paranaense vence o leilão e será concessionária da 381

Depois de três tentativas frustradas em 2021, 2022 e 2023, a operação da BR-381 foi finalmente concedida à iniciativa privada. O leilão aconteceu nesta quinta-feira 29, na bolsa de valores de São Paulo. Agora o trecho que liga Belo Horizonte ao Leste de Minas, ficará sob a responsabilidade da 4UM, antiga JMalucelli. A gestora que sede em Curitiba–PR apresentou o maior desconto sobre a tarifa de pedágio, critério escolhido para definir o vencedor: 0,94% de deságio. A 4UM disputou a rodovia com a gestora do Oportunity, que ofereceu desconto de 0,10%. Com a concessão, a rodovia deverá receber investimentos de R$ 5,5 bilhões para melhorias, além de R$ 3,7 bilhões para despesas operacionais.

No atual projeto, a duplicação do trecho entre Belo Horizonte e Caeté vai ficar a cargo do poder concedente. Esse trecho tem elevado risco geológico e problemas relacionados à desapropriação de famílias que vivem às margens da rodovia, o que vinha afastado potenciais interessados porque o retorno previsto não era compatível.

A BR-381 é importante porque liga São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Trata-se de um corredor de escoamento da produção agrícola e de minérios para exportação e de transporte de mercadorias que entram pelo litoral capixaba.

O trecho que está sendo leiloado faz a ligação entre a Região Metropolitana de Belo Horizonte e a Região Metropolitana do Vale do Aço, chegando ainda em Governador Valadares.

Cinco praças de pedágio
Com um traçado sinuoso e tráfego intenso de veículos pesados, a promessa de duplicação da 381 vem desde os anos 90, no governo Collor de Mello. Entre as melhorias, estão previstos 106 quilômetros de duplicação, 83 quilômetros de faixas adicionais, 51 correções de traçado, além de áreas de escape, pontos de parada e descanso para caminhoneiros e 23 passarelas para a travessia de pedestres.

Para percorrer todo o trecho concedido, o motorista terá que desembolar no total R$ 60,45, segundo preços de pedágio definidos pelo edital. São cinco praças de cobrança em Caeté, João Monlevade, Jaguaraçu, Belo Oriente e Governador Valadares. A concessão tem prazo de 30 anos e as obras devem gerar 80 mil empregos.

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O fim de uma era: Bretas encerra atividades no Vale do Aço

Neste domingo, 11 de maio, a rede de Supermercado Bretas, outrora dominante na região, encerrou oficialmente suas operações no Vale do Aço. As unidades de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo serão assumidas pela rede de Supermercados BH, que inicia a administração já nesta segunda-feira, dia 12. A previsão é que as lojas reabram ao público na próxima quinta-feira, dia 15, já com nova identidade visual e mudanças operacionais que vêm sendo aguardadas com expectativa. No sábado, véspera do fechamento, a reportagem do Conex10 visitou duas das unidades da rede (Centro de Ipatinga e Caravelas) e o cenário era de tranquilidade, mas de clima total de fim de ciclo. Corredores quase vazios, poucos carrinhos sendo empurrados e um silêncio que contrastava com a movimentação típica de um final de semana. As prateleiras estavam abastecidas, mas clientes e funcionários em ritmo de despedida indicavam a conclusão de uma trajetória que marcou a história do comércio varejista da região por mais de três décadas. Funcionários ouvidos pela reportagem, que preferiram não se identificar, disseram que a maioria continuará empregada, agora sob a bandeira do BH. “A expectativa é boa. Sabemos que o BH está em expansão, e esperamos que venham novos tempos, com melhorias e mais estrutura”, disse um funcionário com anos de casa e que confirmou sua permanência neste primeiro momento. Outro acrescentou: “A gente sente um misto de tristeza mas de esperança. O Bretas foi importante, mas chegou a hora da virada.” Entre os clientes, muitos expressaram sentimentos nostálgicos. A dona de casa Maria Aparecida Nogueira, cliente fiel há mais de 20 anos, lamentou o fim. “Fiz minhas compras aqui por anos e anos. É triste ver tudo acabar assim.” Já o economista aposentado João Batista Oliveira lembrou que o setor supermercadista mudou muito nos últimos 15 anos. “Depois que deixou de ser dos donos, o serviço piorou, os preços subiram, e os concorrentes, alguns até menores e outros gigantes do setor, tomaram conta.” A estudante Larissa Abelardo comentou que, mesmo sentindo saudades, está curiosa para ver o que a nova rede trará. História de sucesso e ocaso comercial  Fundado no final dos anos 40 em Santa Maria do Itabira, o Bretas chegou ao Vale do Aço com sua primeira loja em Timóteo, em 1988, no bairro Centro-Norte (Acesita). Posteriormente, a empresa trouxe sua sede administrativa para a região, expandindo sua presença para até dez lojas nas três principais cidades. No entanto, com a chegada de novos concorrentes e mudanças na gestão, após a venda para o grupo chileno Cencosud, em 2010, o Bretas foi perdendo espaço e força e, pior que isso, não esboçou nenhuma reação no sentido de recuperar este lugar. O encerramento de suas atividades neste domingo sela a conclusão de uma trajetória, mas também marca o início de uma nova fase no varejo regional. O Bretas teve sua venda ao BH anunciada em 7 de fevereiro. No Vale do Aço, a noticia foi dada em primeira mão pela Rádio Jovem Pan. O acordo girou em torno de R$ 716 milhões, envolvendo as lojas localizadas em Minas. Apesar do valor expressivo, ele é 47% menor em relação ao que o Cencosud pagou em 2010, quando comprou o Bretas por R$ 1,35 bilhão. Apesar do valor menor, o novo controlador leva uma operação ligeiramente maior. Há 15 anos, eram 45 unidades em Minas Gerais, além de oito postos de combustíveis e um centro de distribuição, localizado em Contagem. Atualmente, integram a negociação 62 lojas em território mineiro, além dos mesmos oito postos e o centro de distribuição. O Cencosud seguirá operando o Bretas em Goiás, onde mantém 26 unidades. Quando foi vendido ao Cencosud, o Bretas era líder isolado em Minas Gerais no setor supermercadista e ocupava o 7º lugar no ranking da Abras. Nas mãos do gruo chileno,  além de crescer muito pouco organicamente, os chilenos viram os concorrentes ganharem terreno. Hoje, o BH tomou essa liderança, com grande folga, além de ocupar o 4º lugar nacionalmente. O Cencosud vem caindo no ranking ao longo dos últimos anos e, com esta venda, pode perder mais uma posição para outro mineiro: o Mart Minas.

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