A greve dos caminhoneiros, que caminha para o seu décimo dia, vem provocando prejuízos nas mais variadas atividades econômicas do Vale do Aço. Enquanto o movimento não chega ao tão esperado fim, o que se vê são estabelecimentos vazios e com baixa perspectiva de vendas porque as pessoas não querem comprar nada, mas por algo que só costuma vê em países atingidos por uma guerra: a falta de mercadorias para se vender.
Com um restaurante no Cariru, Augusto Nora vem sofrendo com a falta de matéria prima para suas atividades e o consequente sumiço dos clientes, mas, apesar de tudo, apoia o movimento dos caminhoneiros. “Na quinta-feira passada fui à feira e não encontrei quase nada. O que havia de ovos, verduras e legumes estava com o preço elevado. Agora não tenho mais gás de cozinha, não consegui um fornecedor e também estou em baixa nos suprimentos de legumes e carnes, além dos clientes que sumiram devido à folga forçada. Assim mesmo, acho válida essa greve pois pagamos muitos impostos e temos pouco retorno. Espero que no final de tudo possamos colher algo de bom para o país”.
Dono de uma loja de roupas com unidades em Ipatinga e Coronel Fabriciano e prestes a inaugurar mais uma em Timóteo, o comerciante Bruno Morais lamenta o momento de incertezas vivido pelo país, que se reflete no cotidiano de seus clientes, que andam sumidos nos últimos dias. “Toda essa confusão gera uma sensação de insegurança que faz o povo não gastar”, avalia. No que diz respeito às mercadorias, ele afirmou que muitos fornecedores deixaram de entregar os produtos, deixando-o preocupado, pois o Dia dos Namorados está aí e há o risco de não conseguir reforçar o estoque da maneira necessária e com isso, não conseguir abrir a nova loja no próximo dia 7 de junho.
Fotos: Emanuel Franco