Castigado pela greve dos caminhoneiros, o comércio do Vale do Aço tem sofrido com uma rotina cada vez mais complicada, com ruas vazias, vendas em baixa e, em alguns casos, não tendo outra saída a não ser fechar as portas temporariamente, seja por falta de mercadorias ou mesmo de clientela.
Segundo o presidente do Sindcomércio (Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Bens e Serviços do Vale do Aço), José Maria Facundes, a entidade está atenta aos desdobramentos da greve, pois são muitos os reflexos negativos no comércio e na prestação de serviços da região, bem como em toda sociedade. “A logística de milhares de empresários está prejudicada e esperamos que haja uma solução rápida por parte do Governo Federal, bem como bom senso do lado dos grevistas.”
Para a empresária Kátia Paiva, dona de uma loja de roupas no Horto, a greve teve um impacto direto em seu negócio, com uma redução considerável do fluxo diário de pessoas. Com relação às compras, a lojista lembrou que ainda não recebeu mercadorias já pagas e não tem recebido a costumeira visita dos representantes, principalmente por falta de combustível para o deslocamento. “Eu mesma teria que ir a BH nos próximos dias para comprar, mas não vou enquanto a situação não voltar ao normal”, diz.
Proprietário de uma rede supermercados com unidades nos bairros Veneza, Canaã e Bom Jardim, José Garcia Neves falou sobre as dificuldades com a paralisação. “A greve está afetando – e muito – o nosso segmento, seja com a falta de mercadorias ou mesmo com a dificuldade de locomoção dos clientes até as nossas lojas. Muitos produtos não estão chegando e a gente os substitui por outros, mas compromete bastante o atendimento”, relata o empresário, reforçando que o trabalho do caminhoneiro é fundamental no processo de logística da maioria dos setores comerciais.