O estado de Minas quer incentivar a conversão de rejeitos da extração de minério de ferro em produtos da construção civil. A medida já adotada por mineradoras chinesas diminuiria a necessidade de construção de barragens, como a de Fundão, em Mariana (foto, antes do desastre). A legislação aprovada em 2016 estabelece o poder público como responsável por fomentar alternativas de rejeitos de barragens e não pela segurança das estruturas.
A primeira troca de experiências sobre novas técnicas do setor foi com a Holanda e no início deste ano foi realizado um seminário internacional em Belo Horizonte sobre segurança em barragens. Foi aí que técnicos mineiros se interessaram pela expertise chinesa. O país asiático está muito avançado em tecnologias e segurança pública em aproveitamento de rejeitos.
As mineradoras atuantes em Minas Gerais e no país utilizam outras metodologias para a diminuição da existência de barragens, como filtragem de rejeito, empilhamento a seco, separador magnético, remineração e processo de backfields, isto é, aproveitamento das cavas já utilizadas para reposição de rejeitos. Mas precisam avançar em tecnologias para conversão em produtos.
Os chineses consomem mais da metade do minério extraído pelas mineradoras. Mas como o minério de ferro mineiro tem teor de ferro mais elevado que o da China, a quantidade de rejeitos gerados é menor. Os técnicos mineiros querem ganhar escala e estão mantendo conversas com os asiáticos. No segundo semestre acontece na capital mineira outro seminário;
O governo do estado tem intenção de criar decreto que exonera parte das taxas minerarias para empresas que adotarem alternativas a disposição de rejeito em barragens.