Se tudo ocorrer conforme espera a atual administração municipal, Ipatinga deverá ter até julho de 2024 uma nova empresa concessionária de água e esgoto ou, quem sabe, até mesmo confirmar a continuação da Copasa, responsável pelo setor desde 1974.
Essa foi a promessa feita pelo prefeito Gustavo Nunes, em entrevista onde ele confirmou o lançamento, agora em dezembro, do edital de concorrência para os serviços, conforme prevê o Marco Legal do Saneamento. Entre as muitas exigências do documento, uma delas foi bastante explicitada pelo prefeito: a redução no atual valor das tarifas em pelo menos 10%.
Nunes, que conversou com a imprensa na manhã desta terça-feira, não poupou críticas à Copasa, apresentando diversas situações onde, segundo ele, a estatal estaria descumprindo diversas regras, regulamentos e acordos na prestação do serviço. Uma delas, seria a cobrança indevida dos consumidores de aproximadamente R$ 3,7 milhões.
O prefeito destacou ainda que a PMI foi inclusive impedida pela Copasa de ter acesso a suas instalações para realizar serviços de fiscalização que estavam a cargo de servidores efetivos, não conseguindo inspecionar a empresa nem mesmo com o apoio da Polícia Militar. Nunes considerou que o atual contrato é “muito frouxo e por causa dele, o povo acaba pagando por não termos como cobrar da concessionária de forma mais enérgica”.
A Copasa, segundo Gustavo Nunes, já foi multada ou autuada em nada menos do que 401 ocasiões, 183 vezes por questões ambientais e 218 por problemas de recomposição de redes. Contudo, de mais de R$ 1,5 milhão devidos, até o momento pagou apenas R$ 308 mil.
Desperdício brutal
Entre os números que foram apresentados na coletiva, o prefeito mostrou que o desperdício de água registrado pelo sistema, desde a captação até a chegada nas torneiras e reservatórios, chega a nada menos que 50% no município, o que representa uma cifra de R$ 96 milhões anualmente.
“Essas perdas naturalmente impactam no valor da tarifa (uma das razões pelas quais temos a quinta maior tarifa do Estado entre cidades com mais de 100 mil habitantes) e isso também explica por que muitas vezes há falta d’água nos domicílios. Posso falar inclusive do meu caso, em particular. Moro na avenida Gerasa, e é normal ali haver até três dias de falta d’água numa semana. Eu tenho como me prevenir, aumentando a capacidade de armazenamento dos meus reservatórios, mas e quem não dispõe dessa condição?”, perguntou.