Apesar do aumento de 5% nas vendas de aço, com mais de 1 milhão de toneladas vendidas, a Usiminas registrou prejuízo líquido de R$ 166 milhões no terceiro bimestre deste ano, frente a um resultado positivo de R$ 287 milhões no período anterior. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado e consolidado ficou negativo em R$ 20 milhões, com margem negativa de 0,3%. Os números foram registrados no balanço apresentado na última sexta-feira.
Segundo a direção da siderúrgica, os números foram fortemente impactados pelo aumento das importações de aços laminados, especialmente da China, o que pressionou os preços no mercado. “Não é novidade que a indústria siderúrgica brasileira está passando por um momento desafiador. Os elevados níveis de importação de aço proveniente principalmente da China, que chegam até o país com preços artificialmente baixos, abaixo do custo em alguns casos, e criam uma concorrência desleal com o aço nacional”, comentou Marcelo Chara, presidente da Usiminas.
O executivo reforça a importância de uma ação do governo brasileiro para garantir isonomia de competição. “O México recentemente aumentou a tarifa de importação para 25%. Em comparação, a tarifa de importação do Brasil está em 10,8%. Isso leva a uma invasão de produto porque outros mercados se fecharam para a concorrência desleal, enquanto o Brasil continua aberto”, afirmou
O Chara ressaltou que o cenário do mercado pode impactar na produção da companhia. Ao invés de um retorno à plena carga na Usina de Ipatinga, a Usiminas vai analisar o cenário e sua configuração produtiva, podendo abafar um de seus altos-fornos menores, como forma de adequação à demanda atual. “Sem medidas concretas, o mercado continuará sofrendo com o aumento da concorrência podemos ter que abafar um dos fornos menores. Não poderemos operar com toda a nossa capacidade. Já em 2023, deixamos de abrir 600 vagas de trabalho pela concorrência chinesa”, explicou.
