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Centenário de Hematita tem missa celebrada pelo bispo

Uma missa bastante concorrida comemorou no último dia 7 de setembro os 100 anos do distrito de Hematita, em Antônio Dias. A celebração foi dirigida pelo bispo da diocese Itabira-Fabriciano, dom Marco Aurélio Gubiotti e foi realizada na Igreja de São Sebastião, padroeiro da vila de 1,9 mil habitantes e localizada a 42 Km da sede do município. A data, o mesmo do Dia da Independência, marca a elevação do povoado à distrito, em 1923, juntamente com Melo Viana, na área onde hoje é o município de Coronel Fabriciano, que se emancipou em 1948.

Abaixo, na íntegra, segue um relato sobre Hematita, escrita pela historiadora Glaucineya Aparecida Ferreira Silva, publicado no site oficial da Diocese. 

“No povoado de São Sebastião de Pouso Alegre foi fundado, pela Lei Nº 847 de 7 de Setembro de 1923, o distrito com a denominação de Hematita. Hematita completa hoje 100 anos e é com muita honra e gratidão que celebramos essa data especial para o povo hematitense, que muito se orgulha de seus antepassados e de sua história.

O povoado, que deu origem ao distrito de Hematita surgiu há mais de 100 anos com a vinda do Sr. Joaquim Amâncio de Souza e Dona Guilhermina, que se fixaram na morada da localidade de Córrego Grande, lugar onde constituíram família. Com muitas terras e com a família criada o Sr. Joaquim Amâncio, já idoso, doou uma parte de seu patrimônio para a igreja e outra para seus filhos.

Com o tempo foram chegando mais moradores no Cacunda – assim chamada pelos primeiros moradores – atraídos pela agricultura e pelo carvão. Estradas foram feitas para os tropeiros, que levavam produtos para vender fora.

Edwirges Mariano de Souza, um dos herdeiros do Sr. Joaquim Amâncio, que continuou morando no lugar, prestou grandes serviços à comunidade. Edwirges casou-se com Clotilde e teve três filhos. Ele era dono de várias casas e construiu um sobrado considerado a melhor moradia, o famoso “casarão”. Era também proprietário de uma loja que vendia de tudo.

Naquela época a energia elétrica era precária e era desligada às 10 horas da noite. Um cinema funcionava e era novidade para todos. O lugar foi crescendo, uma farmácia foi montada. A sapucaia era o nome da cadeia comandada pelo delegado Joaquim Estevam, que prendia os raros vadios que existiam.

O primeiro rádio foi comprado pelo Sr. Edwirges, que recebia em sua casa os moradores para ouvir as modinhas e as últimas notícias. Mais tarde, ele comprou uma TV preto e branco. Um jipe foi adquirido, agora não precisava ir à cidade a cavalo, em caso de emergências.

O Cacunda passou a chamar-se Hematita, motivado pelo minério do mesmo nome, típico na localidade.

E 100 anos se passaram…

Muita coisa coisa mudou, o progresso chegou na terra da alexandrita.

Mas não podemos nos esquecer das famílias que, com muita dificuldade, mas sobretudo com muito amor, ajudaram a construir esse lugar: Sr. Joaquim Amâncio e D. Guilhermina, Sr. Edwirges e D. Clotilde, Sr. Laurindo e professora Benedita, Sr. Divino e professora Neusa, Sr. José Estevam e D. Ana Rosa, Sr. José Alves e D. Maria dos Reis, Sr. Joaquim Quirino e D. Oraides, Sr. João Gomes e D. Maria Ferreira, Sr. Sebastião e D. Naná, Sr. Santinho e D. Ana, Sr. Estevinho e D. Zita, Sr. Joaquim Alvim e D. Lica, Sr. Nozinho e D. Maroca, Sr. Zé Lizário e D. Lilica, Sr. Adão e D. Leocadia, Sr. João Alves e D. Reduzina, Sr. Tatão e D. Maria, Sr. Bugarinho e D. Conceição, Sr. Juju e D. Estelina, Sr. José Paulo e D. Percília, Sr. Tãozinho e D. Jovina , Sr. Mundinho e professora Vanda, Sr. Raimundo Pereira e D. Maria, Sr. Cirilo e D. Maria, Sr. José Paulo e D. Marina. E tantas outras famílias…

A essas famílias somos gratos por nos transmitirem o legado da fé que só aumenta a cada festividade religiosa, da alegria que contagia a todos como o ritmo da Marujada e a emoção do boi balaio, da brasilidade pelo amor ao futebol, da mineiridade de um povo humilde e acolhedor, que sente orgulho de ser da roça e guardar no seu chapéu de palha suas memórias, honrando suas tradições e história.”

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