O Governo Federal confirmou nesta terça-feira, 22, que vai passar um pente-fino no modelo de negócio de empresas que hoje anunciam a venda de pacotes de viagem a preços “incrivelmente promocionais” e que, depois, não cumprem o que prometem. Segundo o ministro do Turismo, Celso Sabino, a “prioridade” do governo será “garantir que os consumidores que adquiriram esses pacotes possam ter as viagens realizadas ou pelo menos o retorno do investimento que fizeram”.
O ministro afirmou que a pasta foi “surpreendida” com o anúncio da 123milhas na última sexta-feira, 18, que cancelou as emissões de passagens da categoria “Promo”, e que agiu imediatamente para cancelar o cadastro da agência no Cadastur. Ele ressaltou ainda que, caso seja necessário, a prática poderá ser proibida no país.
“Podemos chegar a duas conclusões: que esse modelo não é saudável e não possui segurança jurídica, portanto o governo vai atuar para inviabilizar esse tipo de prática no país. A outra alternativa é entender que esse modelo é saudável, que o problema foi pontual com uma companhia, e nesse caso nós não vamos permitir que uma laranja podre possa vir a estragar toda a jarra de suco”, acrescentou.
A outra possibilidade, de acordo com o ministro, é entender que os cancelamentos de pacotes foram problemas pontuais e, dessa forma, as empresas operam em um modelo de negócios “sustentável”. De acordo com Sabino é preciso estar sempre atento, evitando que ofertas como essa, a preços muito mais baratos do que aqueles praticados pelo mercado continuem circulando, sem nenhum controle.
“Muitos consumidores viajaram, muitos consumidores foram atendidos. O que o Ministério do Turismo está fazendo, junto com o Ministério da Justiça é analisar a forma de funcionamento, o mecanismo desse modelo de negócios de venda de pacotes turísticos”, explicou.