Com o potencial de movimentar um montante de quase meio bilhão de reais em compras, as administrações dos municípios que hoje compõem a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) – Ipatinga, Fabriciano, Timóteo e Paraíso; ainda gastam mais da metade desse dinheiro em negociações com empresas de fora da região.
De olho nesse mercado e visando incentivar o crescimento das empresas da região, a Armva (Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço) e Sebrae vem realizando um trabalho de incentivo para que as prefeituras realizem compras públicas de modo local, o que fortaleceria mais a economia da RMVA.
De acordo com o Sebrae, somente os quatro municípios compraram, em 2021, R$ 497 milhões em produtos e serviços. Contudo, 53,87% desse valor foram para empresas de fora da região. Além disso, do valor comprado de empresas da região, cerca R$ 230 milhões, apenas 15,40% foram de compras em micro empresas e empresas de pequeno porte.
Para o diretor-geral da Armva, Renato Martins, a iniciativa comandada pelo Sebrae já está em discussão junto às prefeituras e envolve três etapas para a sua efetivação. “A gente parte de uma melhoria dos processos dentro da prefeitura, realiza a aproximação do poder público com o particular e finalmente a realização das compras que forem possíveis junto aos empreendedores da região, tudo isso seguindo a legislação vigente”, pontuou.
Segundo o analista do Sebrae, Alessandro Challub, aumentar a porcentagem de compras públicas realizadas dentro dos próprios municípios e região tem reflexo positivo para toda a sociedade. “A ideia é auxiliar o município a fortalecer e reforçar as compras dentro do próprio território. Assim, todo mundo ganha porque o dinheiro que hoje a prefeitura gasta comprando de uma empresa de fora passa a ser gasto comprando de uma empresa do município ou da região e o dinheiro fica dentro do próprio município”, destacou.
Para Alessandro, a discussão de modo integrado entre Armva, Sebrae e prefeituras da RMVA, é importante para o sucesso do projeto, visto que a região se comporta de maneira interdependente. “A região é extremamente integrada, a população circula de um lado para o outro todos os dias, compra e vende para os municípios vizinhos todos os dias. Essa discussão [conjunta] otimiza a fala porque não precisa repetir nas várias prefeituras a mesma coisa. Otimiza recurso porque as vezes consegue contratar um serviço, uma consultoria que irá atender mais de um município por vez e isso diminui o custo e integra mais as pessoas. Todas as prefeituras são movidas por pessoas, quanto mais integrados, conversando e participando, a gente vai conseguir encontrar melhor os caminhos e certamente mais baratos”, avaliou.