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A Usiminas caminha para nova direção!

O que a alteração no bloco de controle da siderúrgica pode dizer do futuro da gestão da empresa.

O mercado foi surpreendido na manhã de quarta-feira(29) com o anúncio que o Grupo Ternium/Techint dentro do grupo de controle da Usiminas, firmaram contrato de compra e venda de ações para adquirir do Grupo NSC (Nippon Steel Corporation, Mitsubishi e MetalOne) que aumenta a sua participação no grupo de controle da Usiminas para 51,5%. Na mesma oportunidade a sinalização de que poderá elevar a 61,3% daqui a dois anos em que o grupo T/T terá o direito de adquirir a participação remanescente do Grupo NSC no grupo de controle da Usiminas (153,1 milhões de ações ordinárias) pelo maior entre o valor de R$ 10 por ação e o preço médio por ação dos 40 dias úteis imediatamente anteriores à data de exercício da opção.

Situação atual 

Atualmente o grupo de controle da Usiminas envolve 68,6% das ações ordinárias da empresa e é dividido em: Grupo Nippon (31,45%), Grupo Ternium (32,28%) e Previdência Usiminas (4,84%). Fora do grupo de controle, a Ternium ainda tem 7,29% do capital votante e a Nippon 0,95%, segundo informações da siderúrgica.

Com a mudança…

Ao fechamento da transação, o grupo T/T terá uma participação total de 61,3% no grupo de controle, enquanto o grupo NSC e a Previdência Usiminas totalizarão 31,7% e 7,1%, respectivamente.

A Ternium, após a conclusão do negócio, poderá indicar a maioria dos membros do conselho de administração da Usiminas, além de presidente-executivo e outros quatro membros da diretoria. A Nippon terá direito a indicar o presidente do conselho e diretor de tecnologia e qualidade da Usiminas

Daqui a 2 anos… 

Após o segundo aniversário do fechamento desta transação, o grupo T/T terá o direito de adquirir a participação remanescente do Grupo NSC no grupo de controle da Usiminas (153,1 milhões de ações ordinárias) pelo maior entre o valor de R$ 10 por ação e o preço médio por ação dos 40 dias úteis imediatamente anteriores à data de exercício da opção.

Caso a Ternium/Terchint não exerça seu direito de prioridade em 40 dias úteis, o Grupo NSC poderá, a qualquer momento após o fechamento da transação, de retirar suas ações remanescentes do grupo de controle e vendê-las no mercado aberto.

Para a aquisição das ações do grupo NSC toda a operação será financiada com dinheiro em caixa. Contudo a efetivação dos negócios está condicionada à aprovação das autoridades de defesa da concorrência do Brasil, CADE.

Adeus ou até logo?

Redução da participação do Grupo NSC na Usiminas aponta para uma explicação da estratégia de deixar com que a Ternium, que possui maior expertise em América Latina e arrojo para os grandes desafios que a siderúrgica impõe. Há grandes investimentos e adequações no horizonte que até a questão geográfica coloca o conglomerado Ítalo-Argentino com maiores possibilidades de êxito, uma vez que está presente com operações em vários países da América Latina e a Nippon nos Estados Unidos, Índia e outros países da Ásia (opera atualmente 13 fábricas no Japão e desenvolve vários negócios de aço em mais de 21 países – e o Brasil está um pouco mais distante).

Porém, coincidência ou não, o grupo japonês anunciava no início do mês de março a intenção em investir em uma nova siderúrgica no Brasil ou na Austrália. Um projeto de aço verde movido a hidrogênio, parte de um esforço global para descarbonizar um dos segmentos industriais mais poluentes do mundo.

A estimativa é que o projeto possa custar cerca de 100 bilhões de ienes (US$ 733 milhões) ou mais e Austrália e o Brasil estão entre os possíveis locais onde o minério de ferro de alta qualidade é acessível junto com a eletricidade mais barata do que no Japão.

Como atua a Ternium no Brasil( e o que esperar na Usiminas e em Ipatinga)

Além do controle da Usiminas, no Brasil a Ternium controla a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), de 5 milhões de toneladas de capacidade anual, comprada da alemã ThyssenKrupp em 2017.

Suas ações junto à comunidade são mais concentradas na educação, pelo menos na sua única usina no Brasil, no bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Além de apoio às escolas estaduais, a Ternium anunciou no início do mês, a construção da Escola Técnica Roberto Rocca, um investimento de R$ 210 milhões. Com 576 vagas de Ensino Médio destinadas às formações técnicas de Mecatrônica e Eletromecânica, a previsão é de que a aula inaugural seja realizada em 2025. A instituição leva o nome de Roberto Rocca, que foi Presidente e fundador do Grupo Techint e grande incentivador da educação técnica e da inovação industrial.

A empresa também anunciou a criação do Instituto Ternium, que administrará a escola e todos os demais projetos sociais, esportivos, culturais e educacionais da companhia com a comunidade. Todos os alunos terão bolsa de acordo com o perfil socioeconômico. De caráter privado, a Escola Técnica Roberto Rocca tem o objetivo de gerar oportunidades de impacto positivo na qualidade de vida da sociedade e das gerações futuras, em especial na população da Zona Oeste do Rio e cidades vizinhas.

Na saúde, o Grupo Ternium/Techint atua na Itáli por meio do Instituto Clínico Humanitas e o grupo Humanitas, que promove, implementa e gerencia iniciativas de cuidado à saúde, pesquisa e ensino. O Grupo inclui o hospital voltado a pesquisa e ensino – Instituto Clínico Humanitas (ICH), perto de Milão, construído pela Techint, e uma série de hospitais particulares em Milão, Bérgamo, Turim, Catânia e Castellanza (Varese).

Em 2014, a Humanitas fundou uma universidade médica internacional integrada com o hospital próximo à Milão com métodos didáticos inovadores. Em novembro de 2017, uma comitiva formada por executivos da Fundação São Francisco Xavier formada pelos ex-diretores Mauro Oscar Soares Souza, Adriana Leite Chaves e o médico oncologista Dr. Luciano Viana estiveram visitando.

Como o leitor pode perceber, há uma perspectiva de responsabilidade social da Ternium muito próximo ao que a Usiminas atua no Vale do Aço. Em termos de gestão, o “tripé” Segurança, Meio Ambiente e Eficiência operacional do conglomerado industrial tem muito mais em comum com a atual cultura corporativa da Usiminas que diferenças.

 

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