Com uma área cultivada de 24,9 mil hectares, a próxima safra de algodão em Minas deve ficar em torno de 113,1 mmil toneladas, o que deixa o estado na quinta colocação no ranking nacional, com 1,8% de participação. A principal região produtora é a Noroeste, com 48% do volume estadual em 2021, de acordo com o IBGE. Em seguida, está o Triângulo Mineiro, com participação de 34%. Entre os municípios, os maiores produtores no estado, no último ano, foram: Coromandel (17,1 mil toneladas), Unaí (11,7 mil toneladas), São Romão (10,3 mil toneladas), Presidente Olegário (8,4 mil toneladas) e Brasilândia de Minas (6,6 mil toneladas).
Em apoio ao setor, o Governo de Minas, vem executando o Proalminas (Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão). A política pública existe há quase duas décadas e favorece toda a cadeia produtiva de algodão e de tecidos. De um lado, garante benefício fiscal às indústrias que compram a matéria-prima produzida em Minas Gerais. Na outra ponta, proporciona ao produtor rural mercado para venda do seu produto, incremento da renda, e avanço tecnológico.
Para o superintendente de Inovação e Economia Agropecuária, Feliciano Nogueira de Oliveira, o Proalminas é motivo de orgulho. “Por meio de incentivos fiscais, proporcionados pelo Governo do Estado, o programa constituiu o Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura de Minas Gerais (Fundo Algominas), que propicia condições para uma produção qualificada, industrialização, comercialização e a promoção do algodão mineiro. Uma política inteligente para um trabalho de fibra”, avalia.
O Proalminas é coordenado pela Secretaria de Agricultura e suas instituições vinculadas, a Emater, Epamig e IMA . Em intenso diálogo com a iniciativa privada, conta ainda com a parceria ativa da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) e das indústrias têxteis do estado. Em 2021, o Proalminas investiu mais de R$ 2 milhões na cotonicultura em ações como treinamentos, dias de campo, pesquisa, assistência técnica, desenvolvimento de produtos biológicos, entre outros. De acordo com estudo da Fundação João Pinheiro (FJP), realizado em 2019, cada real de incentivo do programa alavanca o Valor Bruto da Produção mineira de algodão em aproximadamente R$ 1,42.
Alguns exemplos de aplicação do Fundo Algominas é a instalação de estruturas como a Biofábrica da Amipa, que produz agentes de controle biológico, e a Central de Classificação de Fibra de Algodão (Minas Cotton), outro laboratório da associação e referência mundial em precisão de análise do produto, sediadas em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com tecnologia comparável à de gigantes do segmento, como nos mercados dos Estados Unidos e da China, impulsionando assim a competitividade da agroindústria algodoeira no estado.
Com relação às exportações, Minas Gerais registrou 14 mil toneladas do produto embarcadas entre janeiro e agosto deste ano, com faturamento de US$ 63 milhões. Os dados representam um crescimento de 16,2% no valor e uma queda de 26,6% no volume, se comparados ao mesmo período de 2021, conforme informações do Ministério da Economia.