Retomada turística registra crescimento em Minas

Depois de dois anos de inercia, por causa da pandemia, o setor turístico voltou a apresentar sinais de crescimento em Minas. Segundo dados do governo estadual, a expectativa de movimentação neste período do feriado de Tiradentes reúne números positivos. De acordo com levantamento realizado pelo Observatório do Turismo de Minas Gerais (OTMG), mais de 127 mil pessoas devem passar pela rodoviária de Belo Horizonte até a próxima segunda-feira, 25.

O volume representa 182% de crescimento na quantidade de passageiros verificada no mesmo feriado em 2021 (cerca de 45 mil pessoas), período em que as medidas de proteção à pandemia limitavam as viagens e deslocamentos. Para 2022, devem ser contabilizadas 2,5 mil partidas (cerca de 62% a mais que em 2021) e 2,6 mil chegadas de ônibus

No Aeroporto de Confins, a projeção está próxima de 151 mil pessoas de passagem pelo terminal, em um total de 1,3 mil, entre embarques e desembarques, também entre 20 e 25/4. O número é superior ao feriado da Semana Santa (14 a 18), período em que foram estimados 130 mil passageiros e 1,1 mil voos.

De acordo com o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, a expectativa para o feriado de Tiradentes é um indício de que Minas Gerais tem se tornado uma tendência no turismo nacional. Para o titular da pasta, as diversas ações que vêm sendo realizadas no âmbito da recuperação turística asseguram ao estado uma posição de destaque entre os destinos brasileiros.

“Minas tem sido buscada por diversos turistas no país inteiro, justamente por essa transversalidade entre cultura e turismo. As atrações culturais e as opções turísticas por aqui fazem de nosso estado um lugar de interesse e descobertas. Os números positivos indicados para o feriado de Tiradentes refletem muito isso, que tem a ver com uma busca pela tradição, pela hospitalidade, e claro, toda a mineiridade que tem nos definido”, destaca.

Durante o feriado da Semana Santa, os números já consolidados pelo Observatório do Turismo de Minas Gerais (OTMG) também indicaram uma recuperação plena do setor. Na capital, por exemplo, a taxa de ocupação hoteleira foi de 47,61%, entre os dias 10 e 16. Nesse período, o segmento registrou faturamento total de R$ 5,5 milhões.

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O fim de uma era: Bretas encerra atividades no Vale do Aço

Neste domingo, 11 de maio, a rede de Supermercado Bretas, outrora dominante na região, encerrou oficialmente suas operações no Vale do Aço. As unidades de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo serão assumidas pela rede de Supermercados BH, que inicia a administração já nesta segunda-feira, dia 12. A previsão é que as lojas reabram ao público na próxima quinta-feira, dia 15, já com nova identidade visual e mudanças operacionais que vêm sendo aguardadas com expectativa. No sábado, véspera do fechamento, a reportagem do Conex10 visitou duas das unidades da rede (Centro de Ipatinga e Caravelas) e o cenário era de tranquilidade, mas de clima total de fim de ciclo. Corredores quase vazios, poucos carrinhos sendo empurrados e um silêncio que contrastava com a movimentação típica de um final de semana. As prateleiras estavam abastecidas, mas clientes e funcionários em ritmo de despedida indicavam a conclusão de uma trajetória que marcou a história do comércio varejista da região por mais de três décadas. Funcionários ouvidos pela reportagem, que preferiram não se identificar, disseram que a maioria continuará empregada, agora sob a bandeira do BH. “A expectativa é boa. Sabemos que o BH está em expansão, e esperamos que venham novos tempos, com melhorias e mais estrutura”, disse um funcionário com anos de casa e que confirmou sua permanência neste primeiro momento. Outro acrescentou: “A gente sente um misto de tristeza mas de esperança. O Bretas foi importante, mas chegou a hora da virada.” Entre os clientes, muitos expressaram sentimentos nostálgicos. A dona de casa Maria Aparecida Nogueira, cliente fiel há mais de 20 anos, lamentou o fim. “Fiz minhas compras aqui por anos e anos. É triste ver tudo acabar assim.” Já o economista aposentado João Batista Oliveira lembrou que o setor supermercadista mudou muito nos últimos 15 anos. “Depois que deixou de ser dos donos, o serviço piorou, os preços subiram, e os concorrentes, alguns até menores e outros gigantes do setor, tomaram conta.” A estudante Larissa Abelardo comentou que, mesmo sentindo saudades, está curiosa para ver o que a nova rede trará. História de sucesso e ocaso comercial  Fundado no final dos anos 40 em Santa Maria do Itabira, o Bretas chegou ao Vale do Aço com sua primeira loja em Timóteo, em 1988, no bairro Centro-Norte (Acesita). Posteriormente, a empresa trouxe sua sede administrativa para a região, expandindo sua presença para até dez lojas nas três principais cidades. No entanto, com a chegada de novos concorrentes e mudanças na gestão, após a venda para o grupo chileno Cencosud, em 2010, o Bretas foi perdendo espaço e força e, pior que isso, não esboçou nenhuma reação no sentido de recuperar este lugar. O encerramento de suas atividades neste domingo sela a conclusão de uma trajetória, mas também marca o início de uma nova fase no varejo regional. O Bretas teve sua venda ao BH anunciada em 7 de fevereiro. No Vale do Aço, a noticia foi dada em primeira mão pela Rádio Jovem Pan. O acordo girou em torno de R$ 716 milhões, envolvendo as lojas localizadas em Minas. Apesar do valor expressivo, ele é 47% menor em relação ao que o Cencosud pagou em 2010, quando comprou o Bretas por R$ 1,35 bilhão. Apesar do valor menor, o novo controlador leva uma operação ligeiramente maior. Há 15 anos, eram 45 unidades em Minas Gerais, além de oito postos de combustíveis e um centro de distribuição, localizado em Contagem. Atualmente, integram a negociação 62 lojas em território mineiro, além dos mesmos oito postos e o centro de distribuição. O Cencosud seguirá operando o Bretas em Goiás, onde mantém 26 unidades. Quando foi vendido ao Cencosud, o Bretas era líder isolado em Minas Gerais no setor supermercadista e ocupava o 7º lugar no ranking da Abras. Nas mãos do gruo chileno,  além de crescer muito pouco organicamente, os chilenos viram os concorrentes ganharem terreno. Hoje, o BH tomou essa liderança, com grande folga, além de ocupar o 4º lugar nacionalmente. O Cencosud vem caindo no ranking ao longo dos últimos anos e, com esta venda, pode perder mais uma posição para outro mineiro: o Mart Minas.

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