Em um retrocesso lastimável, os deputados estaduais mineiros derrubaram, por 40 votos a 17, os vetos do governador Romeu Zema ao projeto de lei que regulamentava o fretamento de veículos de transporte coletivo para viagens intermunicipais e metropolitanas, conhecido como projeto do Buser. Trocando em miúdos, o Buser e outros aplicativos ficam à partir de agora proibidos de prestar serviço em Minas Gerais. Entre os deputados que hoje representam o Vale do Aço, Rosângela Reis votou entre os 17 que apoiaram a manutenção dos vetos e Celinho Sinttrocel ficou no grupos dos 40 que derrubaram os vetos.
Os vetos de Zema retiravam do projeto pontos como a obrigatoriedade de apresentação de uma lista de passageiros com seis horas de antecedência e a exigência de que os clientes façam a viagem de ida e volta, o chamado “circuito-fechado”. O chefe do executivo estadual também barrou a proibição aos ônibus de pararem em rodoviárias e à compra de passagem por meio de terceiros ou por aplicativos.
A partir de agora, Zema tem 48 horas para transformar a proposição em lei. Caso o prazo vença sem a decisão do Executivo, a tarefa passa aos deputados estaduais. Por meio de nota, o Movimento Fretadores pela Liberdade criticou a decisão e disse que 50 mil empregos podem ser perdidos no estado e retirar R$ 6,2 bilhões por ano do turismo mineiro, justamente num período de retomada pós-pandemia.
Com isso, o passageiros voltarão a pagar R$ 89 para ir do Vale do Aço a Belo Horizonte, em ônibus muitas vezes velhos ou mal cuidados, tendo de comprar a passagem na rodoviária e em alguns casos ser obrigado a pagar em dinheiro; por falta de mecanismos eletrônico de cobrança. Além disso, você vai deixar de ter o direito de escolher viajar pagando apenas R$ 50 e aquirir seu bilhete pelo computador ou em aplicativo de celular.