Março de 2020, quando diretrizes sanitárias de distanciamento social foram implementadas para o combate a propagação do novo corona vírus, muitos negócios, cujo modelo de aquisição de produtos basicamente de forma presencial, sucumbiram ou passaram a ser oferecidos por meio virtual.
Na cidade de São Paulo, as lojas físicas funcionaram à meia porta e em horários reduzidos. Serviços de Delivery foram incrementados para atender a essa nova realidade. Contudo, esse não foi o momento mais desafiador da empresária baiana, Maisa Pacheco. Há mais de duas décadas, se arriscou em uma sociedade para inaugurar seu sexshop em um dos endereços mais importantes de São Paulo. Seis anos depois era a única dona do empreendimento localizado na rua da Consolação (esquina com a Av. Paulista).
No final de 2014, auge da crise político-econômica do Brasil, as vendas do sex shop de Maísa Pacheco caíram a tal ponto que a empresária esteve muito perto de fechar a loja. Como última tentativa de retomar seu negócio, resolveu fazer vídeos para publicar em redes sociais e criou uma conta no Instagram para desmistificar o mercado com uma linguagem popular, abordando assuntos sobre sexo, comportamento, bem-estar, relacionamentos e, claro, divulgando os produtos da sua recém-criada loja virtual. (www.maisapacheco.com.br).No instagram, o sucesso foi absoluto e instantâneo: hoje ela acumula mais de 100 mil seguidores ativos.
Negócios Já! conversou com exclusividade sobre esse momento de pandemia e os impactos no mercado de acessórios íntimos.
NJ – Quais impactos foram os mais observados durante a pandemia em se negócio?
MP – O isolamento social e os cuidados para se relacionar sexualmente impôs novos hábitos ou o incremento de ações eventuais. As pessoas, sem poder ir as baladas, sem poder interagir, buscaram nos acessórios íntimos uma forma de “enfrentar” esse momento sem correr riscos. As vendas durante a pandemia aumentaram em pelo menos 20%.
NJ – A loja virtual foi uma saída, um lugar comum para a maioria dos lojistas de rua e shopping. Como foi para você?
MP – A loja virtual conseguimos disponibilizar para o internauta algo em torno de 1000 itens. Na loja física são mais de 4000 produtos, então entendo que ambas se complementam. Muitos clientes querem ter uma experiência tácita com o produto, não se sentem seguras adquirir determinados itens por meio do e-commerce. Querem realmente senti-los dado que tamanho, volume e profundidade são aspectos ímpares, quase que individuais.
NJ – O mercado sinalizou e você está lançando franquias virtuais de sua loja. Esse modelo é seguro? Vc acredita que traga vantagens para o tri-pé Franquia-Franqueado e consumidor?
MP – É uma oportunidade que eu não tive. Estamos colocando toda a nossa experiência, um estoque de mais de 4000 itens e toda uma logística para, por exemplo, Microempreendedores Individuais terem a sua própria loja virtual a royalties muito baixo (R$3.500,00). Hoje, sem nenhuma divulgação, já alcançamos as primeira 05 franquias.
NJ – Como é esse modelo?
MP – Colocamos toda a nossa experiência em gestão, disponibilizamos um site (com a logo do franqueado) para o franqueado e a cada produto ele tem percentual de participação.
NJ – Qual é o perfil dos clientes?
MP – Atendemos 80% do público é do sexo feminino, 10% são homens e os outros 10% são casais héteros e casais/solteiros homossexuais.
NJ – Na sua visão, o que mais impulsionou esse mercado?
MP – A quebra de tabus em relação ao sexo. Hoje, na internet, na TV, no streaming, nas redes sociais se fala naturalmente sobre sexo. Tenho uma filha e conversamos sobre todos os temas. Fala-se sobre relacionamentos com a naturalidade que há muito deveria ser. Houve evolução, redução no preconceito e o enten
a no ramo. A publicação está à venda em sua loja e logo estará disponível no portal Clube de Autores.
