Apesar da decisão da Justiça – proferida nesta sexta-feira pelo juiz da Vara de Fazenda Pública Luiz Flávio Ferreira e que impõe uma multa diário de R$ 50 mil caso seja descumprida -, o comércio de rua de Ipatinga funcionou “normalmente” neste sábado, 10 de abril. No Centro, o que podia ser visto é uma movimento quase que normal, com grande parte das lojas com suas portas abertas. Entretanto, o atendimento era, na maioria dos casos, o atendimento era feito “da porta para fora”, com o cliente solicitando um produto que era “buscado” e entrega pelo (s) vendedor (es), que traziam junto as máquinas de cobrança no cartão.
Na quinta-feira, o prefeito Gustavo Nunes anunciou a flexibilização da Onda Roxa do Programa Minas Consciente no município. O decreto, que valeria à partir desta sexta-feira, 9, liberava além dos setores considerados essenciais, autorizava o funcionamento, entre 5h e 20h, de estabelecimentos atacadistas e varejistas, desde que obedecessem a todos os protocolos sanitários. A medida permitia ainda que bares e restaurantes continuariam atendendo apenas no sistema de delivery ou com entrega na porta, sem acesso dos clientes aos estabelecimentos. Outras atividades como academias, salões de beleza, barbearias e igrejas também poderiam abrir suas portas, desde que seguissem as regras sanitárias.
A situação mostra o verdadeiro “samba do crioulo doido” que se tornou a aplicação da Onda Roxa. De lado, o Governo Estadual, que tenta reduzir a todo custo o número de casos de coronavírus num momento em que as mortes crescem quase que exponencialmente e que o número de leitos para tratamento estão cada vez mais escassos. Do outro as prefeituras, que entendem que precisam aderir, mas são pressionadas por comerciantes em geral. Esses, precisam manter seus negócios funcionando de forma a manter os empregos de seus funcionários e claro, levantar seu próprio sustento. E neste meio de tudo isso, surgem aqueles que, certamente motivados pelo que acontece nas altas esferas do poder, buscam, baseados numa legislação cada vez mais dúbia e aberta a todo o tipo de interpretação, impor suas decisões; sem se importar com aqueles que precisam trabalhar para se sustentar.
E assim caminha a humanidade, em especial nosso Brasil varonil