Transferências da União, covid-19 e emendas parlamentares turbinaram os números, mas não podem ser comemorados.
O relatório de 3º quadrimestre de 2020 foi apresentado na última sexta-feira(26) na Câmara Municipal de Ipatinga. Conforme o controlador geral do Executivo, Diego Henrique Tuschtlher, em 2020, a cidade de Ipatinga recebeu o maior montante de sua história, exatos R$ 923,3 milhões. Estimava-se, conforme o orçamento aprovado, que o recurso ultrapassaria R$ 1 bilhão, mas efetivamente não foi consolidado.
Dos montantes investidos, foi exposto que, de todo o orçamento do município, 31,91% foram na área de saúde e 25,44% na educação. Já quanto aos servidores públicos, estes estão dentro do limite prudencial exigido por lei.
Segundo o controlador geral do Executivo, Diego Henrique Tuschtlher, o município se saiu melhor mas não está numa situação a mil maravilhas. “Esse acréscimo veio de transferências da união, emendas federais (deputados) aquecimento do mercado devido aos auxílios do governo federal; e apoios do governo Federal.
Não é bem assim…
Caro leitor, atente-se para às duas últimas origens dos recursos (auxilio emergencial e apoios do governo federal). Segundo um prefeito da região, nunca se “derramou” tantos recursos do governo federal nos municípios como agora no período da pandemia. Segundo esse mesmo prefeito, esses recursos geraram sobras no caixa para 2021. E acredito não ser exagero (nós mineiros não gostamos de ostentar). É importante entender que não houve um agente privado que gerou uma dinâmica econômica diferente da existente que possibilitou um aumento na arrecadação.
Há anos que não observamos entrada de indústrias em nossa região, por exemplo. Ou seja, não teve nada planejado para que, sobretudo, essa arrecadação mantenha-se nesse patamar nos próximos anos. Foi puro e simplesmente dinheiro turbinado pelo agente público de forma circunstancial e, sobretudo, não bem gasto, uma vez que não previsto.
Há de se ter cuidado para que não se comemore e atribui sucesso a quem não fez por merecer.
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