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Sindicato dos Bancários de Ipatinga realiza dia de paralisação contra o plano de reestruturação do Banco do Brasil

 Bancários podem entrar em greve caso não haja negociação por parte do banco.

O Sindicato dos Bancários de Ipatinga realizou, na manhã desta sexta-feira (29), uma grande mobilização contra o fechamento de agências e o plano de demissões no Banco do Brasil em frente à agência de Coronel Fabriciano. A paralisação faz parte da luta contra a reestruturação do BB, que prevê o fechamento de 361 agências em todo o país e a demissão de cerca de 5 mil trabalhadores por meio de um Plano de Demissão Voluntário (PDV), em plena pandemia, entre outras medidas que prejudicam funcionários e o atendimento ao público.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Ipatinga, Selim Antônio de Oliveira Salles, o plano de reestruturação, com a extinção da função de caixa, gera diminuição do número de empregados, o que acarreta na piora do atendimento, e em consequência, aumento das filas em frente às agências. “Como Sindicato dos Bancários nós trabalhamos em prol de uma sociedade mais justa e igualitária, e diante desse cenário, temos o dever de conscientizar funcionários e usuários do BB a respeito do plano de reestruturação para que vistam essa camisa e lutem conosco”, afirma.

Durante todo o mês o Sindicato dos Bancários de Ipatinga tem realizado ações de conscientização contra o desmonte do banco nas agências da região no sentido de defender os funcionários e o patrimônio público. Denúncia à imprensa, visita às agências, participação em tuitaços, realização de lives e assembleias com o intuito de conscientizar a categoria sobre os riscos do programa de desmonte do BB também foram realizadas.

A moradora de Coronel Fabriciano e cliente do Banco do Brasil há anos, Zélia Martins de Souza, expõe sua indignação. “Morei durante muitos anos ao lado do Banco do Brasil e sempre fui muito bem atendida. Fico muito triste com a situação, pois minha filha trabalha em outra agência, e fico pensando o que pode acontecer se ela for demitida”, disse.

Desmonte do Patrimônio Público

Por trás das medidas de reestruturação está o desmonte do Banco do Brasil: um banco público que possui um papel histórico e importante no desenvolvimento econômico e social do Brasil.

O diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil, Cláudio Roberto, explica que hoje, a função caixa deixa de existir, com isso, o salário do trabalhador bancário terá uma redução drástica. Ao fechar a agência e remanejar funcionários, o banco deixa de atender os usuários daquele local com atendimentos voltados para o agronegócio, financiamentos e atendimento ao público em geral.

“Esse plano de reestruturação é uma preparação do atual governo para a privatização e para aumentar os dividendos dos acionistas às custas do sofrimento dos funcionários. Por isso, nós enquanto diretores e bancários temos que estar junto à categoria, ajudando a entender o quanto estão sendo prejudicados, não somente com a extinção da função caixa, mas todas as implicações envolvidas nesse processo. Nosso papel é conscientizar para que acordem e defendam o Banco do Brasil que é patrimônio de todos os brasileiros”, finaliza o diretor.

Importância do BB

O papel do Banco do Brasil, dentro da importância dos bancos públicos, fica destacado quando se observa que 17,7% dos municípios brasileiros contam apenas com agências de bancos públicos. O BB tem 4.368 agências em todo o país. No Brasil, pouco mais da metade (58,1%) dos 5.600 municípios tem agências bancárias. Cidades que contam com apenas agências de bancos públicos são 17,7% do total, isto é, 990 municípios, que depende exclusivamente de uma agência de banco público. A participação dos bancos públicos no crédito da região Norte e Nordeste do país chega a 90%.

O Banco do Brasil, sozinho, é responsável por 55% do crédito rural no Brasil, percentual que chega a 93% no Norte do país e quase 80% no Nordeste e Centro-Oeste. Em 2020, por exemplo, o banco registrou lucro líquido de R$ 17 bilhões, com crescimento de 122% em relação ao ano anterior. Enquanto isso, a base de clientes também cresceu, atingindo a marca de 73 milhões.

Negociação

O plano de reestruturação foi lançado sem nenhuma negociação com o movimento sindical. Na semana que vem, será avaliada a mobilização e sua continuidade, caso a direção do Banco do Brasil se recuse a dialogar com seus funcionários sobre eventuais mudanças no banco. “A Comissão de Empresa vai se reunir na próxima semana, junto com o Comando Nacional, para avaliarmos como foram os atos no Brasil inteiro. Vamos montar um novo calendário de lutas caso o banco não nos chame para a negociação. Não descartamos a possibilidade de greve dos funcionários do Banco do Brasil”, afirmou o coordenador nacional da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

FONTE: Sindicato dos Bancários de Ipatinga

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