As economias dos municípios, em alguma medida, pode estar atrelada a conjuntura nacional. Mas, nem sempre é assim. Estados e municípios podem crescer economicamente, em determinado período, mesmo que o país esteja com sua economia em declínio. Exemplo disso, são as vocações que caracterizam determinadas regiões no país. Em minas Gerais, por exemplo, a região de Nova Serrana é um grande polo calçadista. Da mesma forma a região de Nova Petrópolis no Rio Grande do Sul é. Continuando em Minas, a região de Ubá é um grande polo moveleiro no estado. Divinópolis, um grande polo de confecções.
A questão é que o Vale do Aço não fez opção. Nasceu a partir das gigantes da siderurgia, Usiminas e Acesita (hoje Aperam). O que se observa, ao longo de décadas, é a grande dependência dos municípios da região e colar metropolitano pelo aço e sua trabalhabilidade. Só que entranhado entre Timóteo e Ipatinga, Coronel Fabriciano busca uma identidade. Em alguma medida, nos anos 70 e 80, gabava-se de ter uma vida noturna intensa, refúgio da sisudez das cidades-operárias.
O tempo passou e, ainda Coronel Fabriciano busca sua vocação, uma identidade econômica. Da mesma forma, a economia do aço não é mais a locomotiva de Ipatinga e Timóteo que vivem de alternativas muito mais do setor privado que público para a diversificação de negócios.
Exemplo disso, foi a iniciativa do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Vale do Aço – Sindimiva, ligado a Fiemg Regional Vale do Aço, no fim da década de 2010, no auge da crise financeira mundial, que buscou a entrada em novos mercados e cadeias produtivas evitando, assim, o fechamento de inúmeras empresas do setor metalomecânico e, consequentemente, a perda de inúmeros postos de trabalho.
O que chama atenção (ou não chama) é a pouca menção de ações concretas e fundamentadas dos candidatos a prefeito, no que diz respeito ao desenvolvimento econômico. Com raríssimas exceções, as secretarias que abrigam o tema se transformaram em cabides de emprego, cuja finalidade fica reduzida a abrigar indicações de apoiadores de campanha e seu orçamento ficar limitado ao pagamento da folha salarial.
Programas de governo
Verificando os sites das campanhas (dessa vez, nem todos possuem) as propostas ou são muito superficiais ou inexequíveis. Há, por exemplo, proposta para implantar indústria 4.0 em município em que, basicamente, não há indústria (nem a 1.0). Os programas de governo estão sempre iniciando com o verbo no infinitivo de forma a evitar as perguntas principais: Como fará e de onde virão os recursos.
Há candidatos ligados à esquerda que propõem até a reestatização de uma empresa privada. A pergunta é: com recursos de onde? Não há previsão constitucional para isso (a não ser expropriar, mas isso é outra história e não está no âmbito de leis orgânicas). É compreensível a visão de mundo, mas a capacidade de concretização das promessas é nula.