O cineasta Joel Pizzini é o convidado da live desta sexta-feira, 30, às 20h, no Instagram do Contém Cultura. A iniciativa é mais uma das ações do projeto de mitigação da pandemia da Covid-19. Natural do Rio de Janeiro, Joel Pizzini é reconhecido por trabalhos no cinema, como direção, roteiro, produção e cinematografia.
O cineasta realizou os filmes Dormente (2005); 500 Almas (2004); Glauber Rocha (2004), realizado para a tv Abry (2003); Enigma de um Dia (1996), inspirado num quadro do italiano Giorgio De Chiricco; e Caramujo-Flor (1988), documentário experimental dedicado ao poeta Manoel de Barros. O filme rendeu a ele, entre outros prêmios, o de melhor curta-metragem do Festival de Huelva, na Espanha. Posteriormente, o cineasta foi premiado em outros festivais com novas produções, como 550 Almas (2004).
Seu interesse pela poesia e pelas artes plásticas levou Pizzini a realizar, além de Enigma, outro filme dedicado à pintura, O pintor, sobre a vida do artista plástico Iberê Camargo (1995). Essa paixão pela arte inspirou Pizzini ainda a montar uma série de instalações com projeção de filmes, como As quatro estações, de 1998.
Joel Pizzini tem laços com o Vale do Aço, por suas participações pontuais na mostra de cinema de Ipatinga, a Cinedocumenta. Desde as primeiras edições do evento, há mais de 13 anos, o cineasta participa monitorando oficinas de produção audiovisual e de debates relacionados aos temas de cada mostra. Em setembro, o Contém Cultura realizou uma live com outro cineasta que também já participou da Cinedocumenta, Tiago Köche. Ele teve seu documentário Manifesto Porongos selecionado para a mostra.
O filme trata do massacre de Porongos durante a Revolução Farroupilha, quando negros escravizados que lutavam ao lado dos farroupilhas com a promessa de liberdade foram emboscados e chacinados, através de ordens diretas de Duque de Caxias e Davi Canabarro, revelando a verdadeira história, que sempre foi omitida nos livros escolares.
Racismo, intolerância, dentre outros temas que marcam os retrocessos impostos pelo atual governo e a resistência de ativistas politicas de esquerda permearam a conversa com Köche e o jornalista Rudson Vieira.
A proponente do Contém Cultura, Luciana Profiro, comenta que se sente feliz ao rever nas lives diretores que já entraram na história da cultura cinematográfica regional por meio de projetos locais, como a Cinedocumenta. “É muito bacana ter mais motivos para estreitar nossos laços com os realizadores do audiovisual de outros estados que, em outros momentos, presencialmente, já deram sua contribuição para nossas produções culturais, com seus filmes, compartilhando saberes, interagindo com o nosso público.
