A prefeitura de Ipatinga fez adesão ao programa estadual Minas Consciente no último 1º de setembro, com o munícipio sendo enquadrado na Onda Amarela, que permitiu a abertura em horário mais dilatado da maioria do comércio e de boa parte das empresas prestadoras de serviço. A realização de atividades artísticas, feiras, congressos, shows e espetáculos ainda está proibida na cidade, bem como o funcionamento de cinemas, casas de festas e bufês. No entanto, no próximo dia 29, essas atividades também poderão retornar após os dados epidemiológicos de Ipatinga serem submetidos a uma nova análise para que, assim, o município possa progredir para a Onda Verde, que é a etapa mais avançada do programa criado pelo Governo de Minas.
O Minas Consciente prevê que as cidades só podem progredir para a Onda Verde após 28 dias cumprindo as regras elencadas na Onda Amarela. No entanto, para atingir a etapa mais avançada do programa, os dados epidemiológicos referentes ao novo coronavírus (Covid-19) precisam ser favoráveis.
“Precisamos aguardar, até o fim do mês, para saber qual será a decisão do Governo de Minas. Mas acreditamos que ela será positiva e Ipatinga poderá passar para a Onda Verde, uma vez que o município, conforme informações divulgadas na imprensa, já alcançou a marca de 96% de pessoas curadas da Covid-19. Dos 8.217 pacientes confirmados com coronavírus na cidade, desde o início da pandemia, nada menos que 7.903 se apresentam curados até o dia 16 de setembro”, comemora José Maria Facundes, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Bens e Serviços (Sindcomércio) do Vale do Aço.
“Basicamente, quando Ipatinga passar por 28 dias na Onda Amarela, com base nos indicadores, o Comitê Extraordinário Covid-19 estadual vai analisar o possível avanço à Onda Verde. Sabemos que o retorno de shows, congressos e feiras, por exemplo, será importante para que a economia se recupere como um todo, ainda que gradualmente. Se um setor volta a estar movimentado, todos os outros ganharão com isso”, complementa o dirigente sindical.
Onda verde
Na Onda Verde do Minas Consciente é previsto o retorno de atividades artísticas, como produção teatral, musical e de dança e circo. Feiras, congressos, exposições, filmagens de festas, casas de festas e bufês podem voltar, além de cinemas. Bares também podem retomar o entretenimento (shows e espetáculos).
Músicos falam sobre a
expectativa de voltar a tocar
Emerson Leite, o “Tutu”, integra vários projetos musicais conhecidos pelo público que curte rock no Vale do Aço. Recentemente deu vida ao duo experimental Riff Kill e ainda está por trás de bandas como Don Ramon, Camaro e Santo de Casa. Desde o advento da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), ficou impedido de trabalhar como músico, embora, recentemente, tenha voltado a tocar esporadicamente em bares de Coronel Fabriciano. “A minha expectativa e a dos músicos com os quais trabalho é de que esta pandemia esteja realmente passando e tudo volte ao normal em breve, principalmente em Ipatinga, onde estão os principais lugares para tocar”, relata Tutu, contando que a pandemia o fez se reinventar profissionalmente. “Agora, além do trabalho com as minhas bandas, também estou gerenciando uma pequena empresa que produz biscoitos, geleias e outros alimentos naturais e na linha ‘fit’”, revela.
Por sua vez, Diego Sales, corretor imobiliário e guitarrista em grupos musicais como Capital Urbana, Aerojovi, The Scouts, Cartolas e Hitmakers, afirma que embora esteja impedido de tocar na noite do Vale do Aço, o outro segmento em que atua sobreviveu bem aos impactos financeiros gerados pela pandemia. “Os rendimentos da maioria das aplicações, antes mesmo da Covid-19, vêm caíndo bruscamente, o que fez com que algumas pessoas redirecionassem os seus recursos. Então, quem tinha dinheiro no Tesouro e em FGTS, por exemplo, resolveu investir em imóveis por conta de maior rentabilidade e segurança”, revela, para complementar: “Agora, esperamos que casas de shows e bares também possam voltar contratar para que os músicos do Vale do Aço recuperem o tempo perdido.”