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HEADER – DESTAQUES VALE DO AÇO – BNDF

Infectologista explica os diferentes tipos de teste para a Covid-19

Diante do cenário mundial, em que a doença respiratória causada pelo SARS-COV2 (Covid-19) já vitimou, somente no Brasil, quase 80 mil pessoas, faz-se cada vez mais necessária a realização da testagem para identificação da presença do vírus no maior número possível de indivíduos. Assim é que a Prefeitura de Ipatinga tem adotado nos últimos meses a execução de testes em grande escala, priorizando tanto aqueles que apresentam sintomas quanto determinados grupos da linha de frente dos serviços essenciais, ainda que assintomáticos.

 

Neste último caso, a iniciativa também se torna extremamente válida, uma vez que é recomendável o isolamento dos indivíduos assintomáticos que apresentem IGM positivo, pois os mesmos podem ser transmissores do vírus pandêmico.

 

Até o momento, o governo municipal já realizou cerca de 15 mil testagens.

 

Existem atualmente no mercado variados testes disponíveis para diagnóstico da Covid-19. De acordo com a médica infectologista e referência técnica do município de Ipatinga, Carmelinda Lobato, devido à grande quantidade de testes realizada na cidade, surgem muitas dúvidas e questionamentos sobre a qualidade efetiva do exame. Isso tendo em vista ainda que os resultados positivos foram relevantes. Além disso, algumas pessoas que tiveram resultado de IGM positivo realizaram exames em outro local, com resultado negativo.

 

A médica explica o que acontece. “Os testes rápidos disponíveis no mercado ainda têm especificidade e sensibilidade ruins. Podem acontecer resultados incongruentes de um teste para outro, mesmo sendo da mesma marca e, mais notadamente, no caso de marcas diferentes. Há uma probabilidade de até 5% de falsos positivos e até 15% de falsos negativos. E nesse cenário os exames podem apresentar diagnósticos divergentes de um momento para outro, sem garantir precisamente o resultado ou a compatibilidade em 100% dos casos”.

 

Carmelinda reforça que, apesar dessas circunstâncias, não há, na atualidade, recomendação alguma de realização de exames de contraprova para Covid-19, sobretudo em indivíduos assintomáticos.

 

“O risco de falso-positivo e/ou falso-negativo existe para qualquer teste que se realize. Importante esclarecer que a realização de exames com outras metodologias também não é recomendada, pois os testes disponibilizados são indicados para situações e momentos específicos da doença e de contato com o novo Coronavírus”, concluiu.

Tipos de testes

Com a disponibilidade de testes em laboratórios e farmácias, surgem dúvidas sobre o momento em que os exames devem ser realizados e qual é o indicado para cada paciente, a fim de evitar resultados de falso negativo. Por esse motivo, em caso de pacientes com sintomas, o recomendado é que um médico faça a solicitação.

 

O RT-PCR (exame do SWAB) identifica material genético do vírus. O ideal é ser realizado entre o 3º e o 10º dia de doença. Após este período, a replicação viral cai e o exame geralmente será negativo.

 

O outro tipo de teste é o exame sorológico, também chamado de teste rápido ou convencional. Neste caso, identifica-se os anticorpos produzidos pelo organismo em reação ao vírus. Ele deve ser realizado, preferencialmente, a partir do 8º. Antes deste período, os anticorpos ainda não são produzidos e o exame será, geralmente, negativo.

 

“Para melhor entendimento, vamos exemplificar: quando o indivíduo realiza um exame sorológico (teste rápido ou convencional) e o resultado é positivo, provavelmente o RT-PCR (exame do Swab) será negativo. Isto não quer dizer que houve um falso-positivo no exame sorológico ou um falso-negativo no RT-PCR. Simplesmente são exames que detectam a infecção pelo Coronavírus em momentos diferentes”, detalha a médica infectologista.

 

Recomendação

Carmelinda Lobato observa que, nos casos em que já foram realizados mais de um exame sorológico para Covid-19, a precaução manda uma deve ser valorizado aquele com resultado positivo.

 

“Nos casos em que o exame do teste rápido foi positivo e o RT-PCR foi negativo, ou vice-versa, o recomendando é valorizar o exame positivo. Esta postura se faz necessária porque existe o risco de falso negativo com relação a qualquer um dos testes. Na dúvida, pelo excesso de zelo, em virtude da prevalência de Covid-19 no município que se mostrou aumentada nos últimos 60 dias, o isolamento dos casos positivos ao exame é importante para evitar contaminações de outras pessoas”, orienta a médica.

FONTE: PMI

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