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Burger King – Orientações ao Investidor

Raio-X

O Burger King Brasil (BKB) é um master franqueado da Burger King Corporation (BKC) desde 2011, tendo iniciado a operação via joint venture entre Vinci Partners e 3G Capital. A rede existe no Brasil desde 2004, mas a operação era composta por diversos franqueados, que ainda não foram totalmente incorporados à estrutura da BKB e representam uma avenida de crescimento importante. Desde 2011 o grupo vem acelerando o ritmo de abertura de restaurantes no Brasil, tanto de forma orgânica como inorgânica (via compra de parte dessas franquias que operavam antes de 2011 no Brasil). Até o 3T17 a rede contava com 492 restaurantes próprios, 25 subfranqueados e mais 111 franquias operando fora da BKB, que eventualmente poderão ser incorporadas à estrutura.

De onde virá o crescimento?

Existem duas principais vias de expansão de earnings para a empresa: o aumento no número de restaurantes e a melhora operacional conforme a base de restaurantes começar a maturar. Embora tenha aberto um número relevante de restaurantes no Brasil nos últimos anos, i) o segmento de fast food no Brasil ainda é subpenetrado e cresce fortemente (redes de hamburguer ainda representam menos de 15% do total de fast food, e cresceram a um CAGR de ~14% entre 2011 e 2016 vs crescimento de 9% do setor); e ii) existe um gap relevante entre a BKB e o principal concorrente McDonalds, de ~300 restaurantes. Fora o potencial de expansão, a BKB vem mostrando performance superior à do concorrente em termos de vendas em mesmas lojas (SSS), e mesmo com abertura forte de restaurantes tem conseguido diluir despesas e expandir margens nos últimos anos (~+3 p.p. desde 2014). Com um cenário macroeconômico mais favorável e à favor da expansão do número de restaurantes, mantida a execução, é esperado que a robustez operacional se mantenha nos próximos anos.

Principais números

A BKB deve fechar 2017 com crescimento de ~25% no faturamento (próximo a R$ 1,8 bi) e EBITDA

~+48% maior em comparação com 2016, o que resultaria em margem EBITDA de 10%, crescimento de 1,5 p.p. vs 2016. O crescimento deve continuar nos próximos 4 anos, com forte abertura de restaurantes por ano impulsionada pelos recursos captados na oferta primária e pelo ambiente macroeconômico mais favorável. Para 2018, a expectativa é de um incremento de ~R$ 650 mi na receita, sendo parte disso em função de vendas mais fortes (SSS ~8%), parte da abertura orgânica de restaurantes e o restante proveniente da compra de 50 pontos pertencentes a um franqueado. Fora o crescimento do top line, esperamos também um incremento importante no EBITDA em função de custos crescendo menos (inflação deverá ficar abaixo dos 5%) e diluição de despesas (mesmo considerando as despesas pré- operacionais, dado que a base de restaurantes é maior a cada ano). O Capex ainda será alto nesse ano e nos próximos, e consequentemente a expectativa é que o fluxo de caixa livre seja positivo a partir de 2020/2021.

 

Execução será chave

Embora o sucesso da execução da estratégia até o momento seja visível, uma boa execução futura será crucial para que o quadro operacional continue em trajetória positiva. Isso inclui manter racionalidade nas despesas e nos investimentos, além de constantes investimentos em inovação. Dentro de inovação, nos referimos principalmente a promoções, serviços (uso de tablets, apps, delivery) e outras medidas que fomentem o consumo, respondam ao ambiente competitivo e sustentem o crescimento superior de vendas.

Avaliação

As ações negociam a ~14x EV/EBITDA 2018, múltiplo superior à média dos principais pares globais, mas embute crescimento mais forte de receitas. Em 2018 os principais pares devem expandir receitas em

~5% na média, vs expansão de ~35% do BKB. Mantido o nível de execução, vemos potencial interessante

 

 

 

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