O Ministério da Saúde (MS) revelou nesta quarta-feira o protocolo que permite ao SUS o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina com amplo alcance, inclusive para casos leves de Covid-19.
A mudança no protocolo era um desejo do presidente Jair Bolsonaro, defensor da cloroquina no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus. Não há comprovação científica de que a cloroquina é capaz de curar a covid-19. Estudos internacionais não encontraram eficácia no remédio e a Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda o uso.
O documento que o paciente ou o responsável terá que assinar para fazer uso do medicamento traz como será realizado o procedimento, os benefícios e os riscos. O texto presente no termo obrigatório destaca ainda que “investigadores chineses demostraram a capacidade dessas drogas de inibir a replicação do coronavírus em laboratório (in vitro)” e um “estudo francês mostrou que a eliminação do coronavírus da garganta de portadores”, mas complementa com um alerta. “Entretanto, não há, até o momento, estudos demonstrando melhora clínica dos pacientes com Covid-19 quando tratados com hidroxicloroquina”.
Na parte que trata os efeitos colaterais que o medicamento pode causar são citados a “redução dos glóbulos brancos, disfunção do fígado, disfunção cardíaca e arritmias, e alterações visuais com danos na retina”. E que “que não existe garantia de resultados positivos, e que o medicamento proposto pode inclusive agravar minha condição clínica, pois não há estudos demonstrando benefícios clínicos”.