A Secretaria Municipal de Saúde de Ipatinga, em parceria com o Ministério Público, realiza a partir deste mês de fevereiro um trabalho conjunto de estudo, controle e prevenção, em razão da atípica incidência de cobras no bairro Castelo e registros também em outros pontos da cidade como bairro das Águas, Cariru e Centro.
Após os incidentes ocorridos, o Ministério Público solicitou que a Seção de Controle de Zoonoses providenciasse um estudo de identificação das serpentes que apareceram em algumas residências.
O dado positivo do levantamento é a conclusão de que nenhuma das espécies envolvidas nas ocorrências era venenosa. Contudo, a Prefeitura e MP alertam que devem ser observados todos os cuidados, sendo prudente ter atenção redobrada. Especificamente no bairro Castelo, a rua com o maior número de registros é a Antares, mas também foram localizadas serpentes nas ruas Alfa, Marte, Netuno, Vênus e Saturno.
Além das ações já empreendidas no sentido de identificar as espécies e manter a comunidade informada e mais prevenida, as parcerias entre os órgãos preveem a constância no abastecimento de soro antiofídico no município, garantindo agilidade para socorros em caso de eventual acidente.
A bióloga Mardeildes Benfica, lotada na Seção de Controle de Zoonoses, órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde, conta que não houve nenhuma anomalia no ambiente da região que justificasse a aparição dessas serpentes.
“É importante frisar que o aparecimento dessas cobras foi uma situação atípica do bairro. Durante a apuração identificamos que as serpentes que foram encontradas nas casas são das espécies Salamanta e Boipeva, exemplares que são comuns na região. As cobras precisam se locomover para garantir a temperatura do corpo delas. Contudo, acreditamos que as fortes chuvas registradas nos últimos dias na nossa cidade podem ter sido o fator que deflagrou o deslocamento desses animais se para as residências”, explicou a profissional.
A bióloga acrescenta que Seção de Controle de Zoonoses não recebeu nenhuma solicitação dos moradores dos bairros Castelo, Cariru e das Águas referente à aparição de cobras em residência.
Dados
Somente em 2019, a Secretaria de Saúde de Ipatinga registrou 416 casos de pessoas picadas por animais peçonhentos. Do total, 356 foram vítimas de escorpiões e 60 foram atacados por serpentes. Neste ano, até o mês de fevereiro, já foram notificados sete casos de picadas de escorpião.
Cuidados
A orientação para os cuidados especiais quanto aos animais peçonhentos, especialmente neste primeiro trimestre e sobretudo em relação a cobras, escorpiões e aranhas, deve-se ao aumento de chuvas e as altas temperaturas registradas na cidade durante o verão. Esses fatores fazem com que os animais peçonhentos procurem locais secos ou que sugiram refúgio para se acomodarem, e assim crescem os riscos de acidentes.
Em caso de picadas, a primeira providência a ser tomada é limpar o ferimento com água corrente e sabão. Em seguida, a vítima deve procurar o mais rápido possível o atendimento médico de emergência.
Outras orientações são manter a vítima em repouso e não sugar o local da picada, além de não colocar qualquer substância, fazer ataduras ou torniquetes.
Se possível, a recomendação é para que se leve o animal para identificação da espécie ou seja registrada uma fotografia, desde que não represente risco de novos acidentes.
Escorpião
A Secretaria de Saúde de Ipatinga também faz um alerta especial em relação aos acidentes causados pelo escorpião, principalmente quando crianças estão envolvidas. Isso porque a picada do animal é um dos fatores que contribuem diretamente para a elevação das estatísticas de mortalidade infantil.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Mara Fernanda, recomenda que as pessoas usem botas quando forem para a zona rural e adotem luvas de proteção ao mexer com entulhos, além de manter limpas, sem mato, casas que ficam situadas em sítios e chácaras.
“Precisamos ser cautelosos e ter iniciativas que possam prevenir os acidentes com animais peçonhentos. Essas medidas vão ajudar a evitar picadas de cobras, escorpiões e aranhas”, reforça.
Fui picado, o que faço?
Em Ipatinga, em caso de acidente deve-se encaminhar a vítima diretamente para a Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA). Se possível, o ideal é levar o animal causador do acidente para identificação ou acionar o Corpo de Bombeiros Militar (193).
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