Antes do Pix, esperar horas ou dias para uma transferência era normal. Agora, com apenas alguns cliques, tudo acontece em instantes!
Há exatamente cinco anos, o Brasil vivia um marco importante na sua história financeira: o lançamento do Pix pelo Banco Central. De uma hora para outra, a forma como realizamos pagamentos e transferências mudou radicalmente. Antes, esperar horas ou até dias para que uma transação fosse efetivada era algo comum, mas com a chegada do Pix, tudo isso ficou no passado. Fato é que o sistema de pagamentos instantâneos trouxe uma nova era de praticidade e agilidade, permitindo que qualquer pessoa, a qualquer hora, realizasse transações em apenas alguns cliques.
A comemoração dos cinco anos do Pix celebra, acima de tudo, um vetor de democratização do acesso ao Sistema Financeiro Nacional (SFN). O sistema impulsionou a bancarização e a digitalização de uma parcela expressiva da população que, até 2020, encontrava-se à margem dos serviços financeiros tradicionais.
Em um cenário onde a dependência do dinheiro em espécie era majoritária (76,6% das transações em 2019) e o acesso a transferências esbarrava em custos elevados e horários restritos, o Pix funcionou como um catalisador de inclusão.
Conquistas do Pix
O Banco Central do Brasil lançou oficialmente o Pix em 16 de novembro.
No ano passado, conforme dados do próprio Banco Central, o Pix encerrou o exercício com a impressionante marca de 63,8 bilhões de transações, um crescimento de 52% em comparação ao ano anterior, movimentando R$ 26,9 trilhões. Em 2025, novos recordes foram alcançados: em setembro, o sistema registrou 290 milhões de transações em um único dia, totalizando R$ 164,8 bilhões, ambos representando marcos históricos.
Segundo dados do EBANX, o Pix irá movimentar quase 8 bilhões de transações em dezembro. Com isso, o volume transacionado poderá chegar a R$ 35,3 trilhões no ano, um salto de 34% na comparação com 2024. Ademais, 81% da população brasileira utilizou o Pix para transferências e pagamentos nos últimos 12 meses, de acordo com um estudo realizado pela Data Rudder em parceria com a Opinion Box.
O que começou como uma alternativa às transferências bancárias tradicionais evoluiu para um dos maiores casos de inclusão financeira e digitalização da economia brasileira. O levantamento revelou que 80% dos usuários consideram o sistema seguro. Além disso, 8 em cada 10 pessoas utilizam o Pix semanalmente, principalmente em transações entre R$ 50 e R$ 300, evidenciando seu uso na rotina diária.
Ainda, segundo o Banco Central, enquanto 60 milhões de brasileiros não possuem cartão de crédito, mais de 170 milhões de pessoas usam o Pix.
Desafios da implementação
Entretanto, engana-se quem pensa que a adoção maciça do Pix ocorreu de maneira imediata. Entre os principais obstáculos enfrentados nos anos iniciais, estava a educação financeira. Ou seja, era essencial instruir milhões de brasileiros sobre como registrar chaves, compreender os limites de segurança e confiar em um sistema completamente novo.
infraestrutura tecnológica também exigiu adaptações significativas, uma vez que bancos e fintechs precisaram ajustar seus sistemas para permitir transações em tempo real, 24 horas por dia, 7 dias por semana.
O crescimento acelerado do Pix também trouxe um desafio adicional: a atração de golpistas. Fraudes como sequestro de chaves e engenharia social se tornaram problemas recorrentes, exigindo respostas ágeis do Banco Central. Apesar de uma leve sensação de vulnerabilidade, 43% dos brasileiros consideram o Pix bastante seguro e 37% o consideram muito seguro. Além disso, houve resistência por parte do mercado, especialmente de empresas de máquinas de cartão que, ao gerarem receita com taxas, enxergaram no Pix uma ameaça ao modelo de negócio tradicional.



