HMC – 60 anos com o desafio de ser referência

A difícil missão de substituir o estado no cuidado de saúde ao longo de mais de 6 décadas. 

Na Quarta-feira (14), no Teatro do Centro Cultural Usiminas, O Hospital Márcio Cunha, HMC, celebrou 60 anos de atuação com uma solenidade especial em evento que reuniu autoridades, profissionais da saúde, parceiros institucionais, membros do conselho curador da FSFX e convidados para homenagear a trajetória da Instituição.

A cerimônia foi aberta com a execução do Hino Nacional e contou com a exibição de vídeo institucional, discursos de dirigentes, homenagens a instituições e pessoas que tiveram papel estratégico e de parceria com a instituição na transformação da saúde regional e nacional.

Para o diretor de Negócios do Hospital Márcio Cunha, Eduardo Blanski, os avanços tecnológicos e o compromisso diário com a qualidade no atendimento são destaque da atuação do hospital. “Seis décadas depois de iniciarmos essa jornada, o Hospital Márcio Cunha, com seus 558 leitos em três unidades e 65% de atendimento pelo SUS, se mantém firme em sua missão de salvar vidas com excelência, segurança e humanização. Já para o diretor técnico os discursos reforçaram o papel estratégico e humanizado do HMC na transformação da saúde regional e nacional” exalta Blanski.

Para o diretor técnico do HMC, Dr. Alexandre Pinto, o comprometimento de todos no hospital mantém o foco na excelência no atendimento ao paciente. “Celebrar os 60 anos do Hospital Márcio Cunha é reconhecer uma trajetória de pioneirismo, excelência e cuidado com a vida”, orgulha-se o dirigente. Já para o Diretor-Presidente da Fundação São Francisco Xavier, Flaviano Feu Ventorim, a importância do hospital confirma-se pelo impacto social duradouro. “O Hospital Márcio Cunha é um fomentador de desenvolvimento. Ao seu redor surgem outros serviços, empregos, oportunidades. É um ciclo do bem, construído por muitas mãos”, destacou Flaviano.

Momento marcante 

Um dos momentos mais marcantes da noite foi a entrega da Comenda Márcio Cunha, honraria criada para homenagear pessoas e instituições que deixaram sua marca na história do HMC. Dentre os homenageados, estavam os médicos pioneiros do HMC, os pediatras Dra. Vera Gaspar e Dr. José Gaspar; o médico Dr. José Carlos de Carvalho Gallinari, que se dedica há quase 48 anos ao Hospital Márcio Cunha, sendo 21 deles como diretor do hospital; a ex-colaboradora do HMC, Maria Lopes Braz, que se destacou como auxiliar de enfermagem no passado da Instituição; o médico ortopedista Vinícius Alvarenga, representando com excelência a nova geração de profissionais da saúde; a colaboradora Eliana Estevam, representando todos os colaboradores do HMC e da FSFX; além de instituições que se destacam na parceria com o hospital, como Usiminas, FIEMG Vale do Aço, Grupo Se Toque, ONA, ANAHP e Federassantas.

Desafios

Equilibrar a sustentabilidade financeira tendo, praticamente como despesa (e não receita) os valores pagos por procedimentos pelo SUS, demonstra a ingrata missão de ser a responsável pela alta complexidade em uma região que estende até a divisa com o estado do Espírito Santo. O poder público, fazendo justiça, investe em reformas, doação de equipamentos e subvenções tributárias no HMC. Contudo, exime-se do papel principal de oferecer, no mínimo, mais uma alternativa no mesmo nível para a população de mais de 1,7 milhão alcançada pelos serviços do hospital.

Pior antes

É bom lembrar que ainda até o início dos anos 90, a situação era pior. Ipatinga não tinha se quer o Pronto Socorro Municipal (que décadas depois se transformaria no Hospital Municipal Eliane dos Santos). Coronel Fabriciano ficava cambaleante entre os serviços precários do antigo Hospital Siderúrgica e Nossa Senhora do Carmo (que viria se transformar em meados dos anos 90 no Hospital da Unimed). Timóteo tentava enquadrar suas demandas com a capacidade do Hospital Vital Brazil que, em seguida, perderia a tutela da antiga Acesita (Arcelor e agora, Aperam) para a Sociedade São Camilo, que passaria a administrar por décadas as atividades desenvolvidas no HVB.

A FSFX    avançou muito em seus processos e, sobretudo, no crescimento da cobertura do Hospital Márcio Cunha que passou a contar com a Unidade de Oncologia (antigo COR – Centro de Oncologia e Radioisótopos, no bairro Ferroviários), a Unidade de Pediatria Oncológica e Serviços avançados em Medicina Nuclear.    

Ausências 

A difícil missão de eleger as inúmeras e valiosas contribuições de personagens que muitas vezes com abnegação e senso de cidadania ergueram serviços, salvaram vidas ou tiveram papel fundamental na sustentabilidade econômica do HMC para serem homenageadas e isso tem, como efeito colateral, ausências sentidas pelo público presente. Dentre elas, o Dr. Aloísio Benvindo de Paula, médico infectologista, pioneiro da região e responsável pela implantação da Unidade de Terapia Intensiva, UTI, assim como teve outros papeis de grande relevância na trajetória da instituição de saúde.

Sob o viés empresarial, o ex-Diretor Executivo da Fundação São Francisco Xavier, durante as décadas de 80 e 90, o Dr. Ronaldo Monteiro de Sousa, responsável pela implantação da Unidade 2 do Hospital no Bom Retiro assim como pelo processo de acreditação hospitalar nível 3 concedido pela Organização Nacional da Saúde, ONA e o mais importante: a criação do Usisaúde, responsável pela sustentabilidade financeira frente ao grande desafio de ofertar 65% da sua capacidade ao Sistema Único de Saúde, SUS, cujos valores de procedimentos pagos beiram o risível.

Assim, da mesma forma, nomes como de Olinda Cayres, a primeira executiva do Usisaúde, Dr. Getúlio Miranda responsável pela implantação do Centro de Hematologia, conhecido como “Banco de Sangue”, o único dentre públicos e privados de toda a região Metropolitana e colar. Dr. Everardo Grossi, responsável pela implantação do Laboratório de Patologia assim como o seu sucessor, o Dr. Salomão Maciel Dias Ferreira que dotou esse mesmo laboratório com a ISO 9001 e décadas depois veio a ter uma passagem efêmera na Diretoria Executiva da Fundação São Francisco Xavier, mantenedora do HMC, em um momento de mudanças estratégicas no modelo de gestão.

O que não dizer das ex-chefes de enfermagem que, somada três décadas, foram responsáveis pela qualidade do atendimento na ponta da linha dos serviços ao paciente, Maria Auxiliadora Santos e Heloísa Gomes Piazza. O Dr. José Torres Alves (in memorian) responsável pelos serviços de radiologia médica nos primórdios da instituição (profissionais de saúde que foram marcantes na história da entidade).

Por fim, Paulo Cabral, administrador do Hospital por mais de duas décadas, seus assessores e chefes de área Jéferson Paulino, João Ronaldo, Dooley Lincoln, Olinto Silva, Margarete Rocha, Vicente de Paula Lima… Também, Robson Miranda Pinto e Lucília Zanela (in memorian) responsáveis pela implantação da “Qualidade” pilar que propiciou a posição do hospital estar entre os 30 melhores do país.

Aqui, não se faz crítica às homenagens, muito menos aos homenageados, mas espera demonstrar a dificuldade que os organizadores do evento tiveram para entregar a “Comenda do HMC” entre tantos que tiveram papeis fundamentais ao longo dos 60 anos de história da instituição.

Negócios Já! e Diário do Aço estiveram a convite no evento e presta homenagem a instituição que muito orgulha a nossa região.

 

 

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